Princípio ativo: fumarato de quetiapina
Quetros Fumarato de quetiapina
Comprimidos revestidos
Uso oral
Uso adulto
Formas farmacêuticas e apresentações – Comprimidos revestidos 25 mg: Embalagens com 15 e 30 comprimidos. Comprimidos revestidos 100 mg: Embalagens com 15 e 30 comprimidos. Comprimidos revestidos 200 mg: Embalagem com 30 comprimidos.
Composição – Cada comprimido revestido de QUETROS 25 mg contém: Fumarato de quetiapina 28,780 mg (equivalente a 25 mg de quetiapina). Excipientes: Celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, amidoglicolato de sódio, lactose monoidratada, povidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, macrogol, talco, dióxido de titânio, corante óxido de ferro amarelo e corante óxido de ferro vermelho. Cada comprimido revestido de QUETROS 100 mg contém: Fumarato de quetiapina 115,130 mg (equivalente a 100 mg de quetiapina). Excipientes: Celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, amidoglicolato de sódio, lactose monoidratada, povidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, macrogol, talco, dióxido de titânio e corante óxido de ferro amarelo. Cada comprimido revestido de QUETROS 200 mg contém: Fumarato de quetiapina 230,260 mg (equivalente a 200 mg de quetiapina). Excipientes: Celulose microcristalina, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, amidoglicolato de sódio, lactose monoidratada, povidona, estearato de magnésio, álcool polivinílico, macrogol, talco e dióxido de titânio.
Informações técnicas aos profissionais de saúde
Características farmacológicas – Propriedades farmacodinâmicas: Mecanismo de ação: A quetiapina é um agente antipsicótico atípico. A quetiapina e seu metabólito ativo no plasma humano, a norquetiapina, interagem com ampla gama de receptores de neurotransmissores. A quetiapina e a norquetiapina exibem afinidade pelos receptores de serotonina (5HT2) no cérebro e pelos receptores de dopamina D1 e D2. É esta combinação de antagonismo a estes receptores, com alta seletividade para receptores 5HT2 em relação ao receptor de dopamina D2, que se acredita contribuir para as propriedades antipsicóticas e reduzir a suscetibilidade para reações adversas extrapiramidais (EPS) da quetiapina. Adicionalmente, a norquetiapina tem alta afinidade pelo transportador de norepinefrina (NET). A quetiapina e a norquetiapina têm também alta afinidade pelos receptores histamínicos e alfa1-adrenérgicos, afinidade mais baixa aos receptores alfa2-adrenérgicos e receptores de serotonina 5HT1A. A quetiapina não possui afinidade apreciável aos receptores muscarínicos colinérgicos ou benzodiazepínicos. Efeitos farmacodinâmicos: A quetiapina é ativa em testes de atividade antipsicótica, assim como testes que induzem a evitar estímulos indesejáveis. A quetiapina também reverte a ação dos agonistas de dopamina, medida tanto em termos comportamentais quanto eletrofisiologicamente, e aumenta a concentração de metabólitos de dopamina, uma indicação neuroquímica de bloqueio do receptor de dopamina D2. Em testes pré-clínicos preditivos de efeitos colaterais extrapiramidais, a quetiapina é diferente do padrão dos outros antipsicóticos e tem um perfil atípico. A quetiapina não produz supersensibilidade nos receptores de dopamina D2 após administração crônica. A quetiapina causa apenas catalepsia leve em doses eficazes de bloqueio do receptor de dopamina D2. A quetiapina demonstra seletividade para o sistema límbico, por produzir bloqueio de despolarização nos neurônios mesolímbicos A10, mas não nos neurônios nigro-estriatais A9 que contêm dopamina, após administração crônica. A quetiapina exibe, após administração aguda e crônica, uma tendência mínima de causar distonia em macacos Cebus sensibilizados com haloperidol ou sem pré-sensibilização. Os resultados destes testes mostraram que a quetiapina deve apresentar probabilidade mínima de causar efeitos colaterais extrapiramidais, e isto leva à hipótese de que agentes com uma baixa probabilidade de causar efeitos colaterais extrapiramidais também podem ter uma baixa probabilidade de produzir discinesia tardia. Propriedades farmacocinéticas: Geral: A quetiapina é bem absorvida e extensivamente metabolizada após administração oral. A biodisponibilidade da quetiapina não é afetada de forma significativa pela administração com alimentos. A quetiapina liga-se em aproximadamente 83% das proteínas plasmáticas. No estado de equilíbrio, o pico de concentração molar do metabólito ativo norquetiapina é 35% do observado para a quetiapina. A meias-vidas de eliminação da quetiapina e da norquetiapina são de aproximadamente 7 e 12 horas, respectivamente. A farmacocinética da quetiapina e da norquetiapina é linear, através da faixa de dose aprovada. A cinética da quetiapina não difere entre homens e mulheres. A depuração média da quetiapina no idoso é aproximadamente 30% a 50% menor do que a observada em adultos com idade entre 18 e 65 anos. A depuração plasmática média da quetiapina foi reduzida em aproximadamente 25% em pacientes com insuficiência renal grave (depuração da creatinina menor que 30 ml/min/1,73 m2), mas os valores individuais de depuração estão dentro da faixa para indivíduos normais. A fração média molar da dose livre excretada na urina de quetiapina e a norquetiapina no plasma humano é < 5%. Metabolismo: A quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado, com a droga-mãe constituindo menos de 5% do material inalterado relacionado ao fármaco na urina ou fezes, após administração de quetiapina marcada radioativamente. Aproximadamente 73% da quetiapina radioativada são excretados na urina e 21% nas fezes. A depuração plasmática média da quetiapina é reduzida em aproximadamente 25% em pessoas com prejuízo da função hepática (cirrose alcoólica estável). Como a quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado, altos níveis plasmáticos são esperados em pessoas com insuficiência hepática e ajustes de dosagem podem ser necessários nesses pacientes (ver Posologia e Modo de usar e cuidados de conservação depois de aberto). Investigações in vitro estabeleceram que a CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. A norquetiapina é primariamente formada e eliminada via CYP3A4. A quetiapina e diversos de seus metabólitos (incluindo a norquetiapina) foram considerados inibidores fracos das atividades do citocromo P450 1A2, 2C9, 2C19, 2D6 e 3A4 in vitro. In vitro a inibição da CYP é observada apenas em concentrações aproximadamente 5 a 50 vezes mais altas que aquelas observadas na faixa da dose eficaz usual de 300 a 800 mg/dia em humanos. Com base nestes resultados in vitro, é improvável que a coadministração de QUETROS e outros fármacos resulte em inibição clinicamente significativa do metabolismo do outro fármaco mediado pelo citocromo P450.
Dados de segurança pré-clínica – Estudos de toxicidade aguda: A quetiapina tem baixa toxicidade aguda. Os resultados encontrados em camundongos e ratos após dose oral (500 mg/kg) ou intraperitoneal (100 mg/kg) foram típicos de um agente neuroléptico efetivo e incluíram decréscimo da atividade motora, ptose, perda dos reflexos direitos, fluido ao redor da boca e convulsões. Estudos de toxicidade com doses repetidas: Em estudos de doses múltiplas em ratos, cachorros e macacos, efeitos previstos de fármacos antipsicóticos no SNC foram observados com quetiapina (por exemplo, sedação em doses baixas e tremor, convulsões ou prostração em altas doses). A hiperprolactinemia, induzida pela atividade antagonista da quetiapina ou de seus metabólitos no receptor de dopamina D2, variou entre as espécies, mas foi mais acentuada no rato, e diversos efeitos consequentes a isso foram observados num estudo de 12 meses, incluindo hiperplasia mamária, aumento do peso da pituitária, diminuição do peso uterino e aumento do crescimento das fêmeas. Alterações hepáticas morfológicas e funcionais reversíveis, consistentes com indução de enzima hepática, foram observadas em camundongos, ratos e macacos. Hipertrofia de célula folicular da tireoide e alterações concomitantes nos níveis plasmáticos dos hormônios tireoidianos ocorreram em ratos e macacos. Pigmentação de uma série de tecidos, particularmente a tireoide, não foi associada a nenhum efeito morfológico ou funcional. Aumentos transitórios na frequência cardíaca, sem efeito sobre a pressão sanguínea, ocorreram em cachorros. Cataratas triangulares posteriores observadas em cachorros após 6 meses de tratamento em doses de 100 mg/kg/dia foram consistentes com a inibição da biossíntese de colesterol no cristalino. Nenhuma catarata foi observada em macacos Cynomolgus recebendo até 225 mg/kg/dia, nem em roedores. Monitoração em estudos clínicos não revelou no homem nenhuma opacidade de córnea relacionada ao fármaco. Nenhuma evidência de redução de neutrófilos ou agranulocitose foi observada em qualquer dos estudos de toxicidade. Estudos de carcinogenicidade: No estudo com ratos (doses de 0, 20, 75 e 250 mg/kg/dia), a incidência de adenocarcinomas mamários aumentou em todas as doses, consequência da hiperprolactinemia prolongada. Em ratos machos (250 mg/kg/dia) e camundongos (250 e 750 mg/kg/dia) houve um aumento na incidência de adenomas benignos da célula folicular tireoidiana, consistente com mecanismos específicos de roedores, resultantes da intensificação da depuração de tiroxina hepática. Estudos de reprodução: Efeitos relacionados aos níveis de prolactina elevados (redução marginal na fertilidade de machos e pseudogravidez, períodos prolongados de diestro, aumento do intervalo pré-coito e redução na taxa de gravidez) foram observados em ratos, embora estes achados não sejam diretamente relevantes para humanos, devido às diferenças de espécie no controle hormonal da reprodução. A quetiapina não apresentou efeitos teratogênicos. Estudos de mutagenicidade: Estudos de toxicidade genética com quetiapina mostraram que ela não é mutagênica ou clastogênica.
Resultados de eficácia – Estudos clínicos demonstraram que a quetiapina é eficaz quando administrada 2 vezes ao dia, apesar da quetiapina ter uma meia-vida farmacocinética de 7 horas. Isto é sustentado por dados de um estudo de tomografia com emissão de pósitrons (PET), o qual identificou que, para a quetiapina, a ocupação dos receptores 5HT2 e dos receptores de dopamina D2 é mantida por até 12 horas (Gefvert O et al. Psychopharmacology 1998; 135: 119-26). A segurança e a eficácia de doses maiores que 800 mg/dia não foram avaliadas. Esquizofrenia: Em estudos clínicos, a quetiapina mostrou-se eficaz no tratamento dos sintomas positivos e negativos da esquizofrenia. Em estudos comparativos, a quetiapina demonstrou ser tão eficaz quanto os agentes antipsicóticos, tais como clorpromazina e haloperidol (Peuskens J, Link CG. Acta Psychiatry Scand 1997; 96: 265-73; Copolov DL et al. Psychol Med 2000; 30: 95-106). Monoterapia ou adjuvante no tratamento dos episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: Em estudos clínicos, a quetiapina demonstrou ser efetiva como monoterapia ou em terapia adjuvante na redução dos sintomas de mania em pacientes com transtorno bipolar. A média de dose da última semana de quetiapina em respondedores foi de aproximadamente 600 mg/dia e aproximadamente 85% dos respondedores estão dentro da faixa de dose de 400 a 800 mg/dia (Vieta E et al. Curr Med Res Opin 2005; 21(6): 923-34). Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: Em quatro estudos clínicos, os quais incluíram pacientes com transtorno afetivo bipolar I, bipolar II e pacientes com ou sem curso de ciclagem rápida, a quetiapina demonstrou ser efetiva em pacientes com depressão bipolar nas doses de 300 e 600 mg/dia; entretanto, não foi visto benefício adicional com doses de 600 mg durante tratamento de curto prazo. Nestes quatro estudos, a quetiapina foi superior ao placebo na redução da MADRS (Escala de Montgomery-Asberg para Depressão). O efeito antidepressivo da quetiapina foi significativo no dia 8 (semana 1) e foi mantido até o final dos estudos (semana 8). O tratamento tanto com quetiapina 300 quanto com 600 mg à noite reduziu os sintomas de depressão e os sintomas de ansiedade em pacientes com depressão bipolar. Houve poucos episódios de febre no tratamento de mania emergente com cada uma das doses de quetiapina, comparada com placebo. Em três dos quatro estudos, para os grupos de dose 300 mg e 600 mg, foi observada uma melhora estatisticamente significativa sobre o placebo na redução de pensamentos suicidas como medido pela MADRS item 10, e em 2 dos 3 estudos, para o grupo de dose 300 mg, foi observada uma melhora na qualidade de vida e satisfação relatada para várias áreas funcionais, como medido usando o Questionário de satisfação e Qualidade de vida (Q-LES-Q (SF). Em dois estudos clínicos de depressão bipolar com quetiapina, a eficácia da manutenção antidepressiva foi estabelecida. Esses estudos incluíram uma fase aguda placebo-controlada de 8 semanas, seguida por uma fase contínua placebo-controlada de pelo menos 26 semanas, mas de até 52 semanas de duração. Foram exigidos pacientes estáveis no término da fase aguda para serem randomizados na fase contínua. Em ambos os estudos, a quetiapina foi superior ao placebo, aumentando o tempo de recorrência de qualquer evento de humor (depressão, episódio misto ou maníaco). A redução de risco dos estudos agrupados foi de 49%. O risco de um evento de humor para quetiapina versus placebo foi reduzido em 41% para a dose de 300 mg e em 55% para a dose de 600 mg. Ideação e comportamento suicidas ou piora clínica: Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo abrangendo todas as indicações e idades, a incidência de comportamentos suicidas foi de 0,9% tanto para a quetiapina (61/6.270) como para o placebo (27/3.047). Nos estudos de pacientes com esquizofrenia, a incidência de comportamentos suicidas foi de 1,4% (3/212) para a quetiapina e de 1,6% (1/62) para o placebo em pacientes com idades entre 18-24 anos, de 0,8% (13/1.663) para a quetiapina e de 1,1% (5/463) para o placebo em pacientes ³ 25 anos de idade e de 1,4% (2/147) para a quetiapina e de 1,3% (1/75) para o placebo em pacientes < 18 anos de idade. Nos estudos de pacientes com mania, a incidência de comportamentos suicidas foi de 0% tanto para a quetiapina (0/60) como para o placebo (0/58) em pacientes com idades entre 18-24 anos e de 1,2% tanto para a quetiapina (6/496) como para o placebo (6/503) em pacientes ³ 25 anos de idade e de 1,0% (2/193) para a quetiapina e de 0% (0/90) para o placebo em pacientes < 18 anos de idade. Nos estudos de pacientes com depressão, a incidência de comportamentos suicidas foi de 3,0% (7/233) para a quetiapina e de 0% (0/120) para o placebo em pacientes com idades entre 18-24 anos e de 1,8% tanto para a quetiapina (19/1.616) como para o placebo (11/622) em pacientes ³ 25 anos de idade. Não existem estudos conduzidos em pacientes < 18 anos de idade.
Indicações – QUETROS é indicado para o tratamento da esquizofrenia, como monoterapia ou adjuvante no tratamento dos episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar e dos episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar.
Contraindicações – QUETROS é contraindicado em pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente de sua fórmula.
Modo de usar e cuidados de conservação depois de aberto – Modo de usar: Esquizofrenia e episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: QUETROS deve ser administrado duas vezes ao dia, por via oral, com ou sem alimentos. Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: QUETROS deve ser administrado em dose única diária noturna, por via oral, com ou sem alimentos. Este medicamento não pode ser partido ou mastigado. Cuidados de conservação depois de aberto: Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. O medicamento deve ser armazenado na embalagem original até sua total utilização.
Posologia – Esquizofrenia: QUETROS deve ser administrado duas vezes ao dia, por via oral, com ou sem alimentos. A dose total diária para os quatro dias iniciais do tratamento é 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). A partir do 4.º dia de tratamento, a dose deve ser ajustada até atingir a faixa considerada eficaz de 300 a 450 mg/dia. Dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente, a dose pode ser ajustada na faixa de 150 a 750 mg/dia. Episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: QUETROS deve ser administrado duas vezes ao dia, por via oral, com ou sem alimentos. A dose total diária para os quatro primeiros dias do tratamento é 100 mg (dia 1), 200 mg (dia 2), 300 mg (dia 3) e 400 mg (dia 4). Outros ajustes de dose até 800 mg/dia no 6.° dia não devem ser maiores que 200 mg/dia. A dose pode ser ajustada dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente, dentro do intervalo de 200 a 800 mg/dia. A dose usual efetiva está entre 400 e 800 mg/dia. Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: QUETROS deve ser administrado em dose única diária noturna, por via oral, com ou sem alimentos. A dose deve ser titulada como a seguir: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). QUETROS pode ser titulado até 400 mg no dia 5 e para até 600 mg no dia 8. A eficácia antidepressiva foi demonstrada com QUETROS com 300 mg e 600 mg; entretanto, benefícios adicionais não foram vistos no grupo 600 mg durante tratamento de curto prazo (ver Reações adversas a medicamentos e Resultados de eficácia). Se o paciente esquecer-se de tomar o comprimido de QUETROS, deve tomar assim que lembrar, tomar a próxima dose no horário habitual e não tomar a dose dobrada. Crianças e adolescentes: A segurança e a eficácia do fumarato de quetiapina não foram avaliadas em crianças e adolescentes. Insuficiência hepática: A quetiapina é extensivamente metabolizada pelo fígado. Portanto, QUETROS deve ser usado com cautela em pacientes com insuficiência hepática conhecida, especialmente durante o período inicial. Pacientes com insuficiência hepática devem iniciar o tratamento com 25 mg/dia. A dose deve ser aumentada diariamente em incrementos de 25 a 50 mg até atingir a dose eficaz, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente. Insuficiência renal: Não é necessário ajuste de dose. Idosos: Assim como com outros antipsicóticos, QUETROS deve ser usado com cautela no paciente idoso, especialmente durante o período inicial. Pode ser necessário ajustar a dosagem de QUETROS lentamente, e a dose terapêutica diária pode ser menor do que a usada por pacientes jovens, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade de cada paciente. A depuração plasmática média de quetiapina foi reduzida em 30% a 50% em pacientes idosos, quando comparados com pacientes jovens.
Advertências – Ideação e comportamento suicidas ou piora clínica. A depressão está associada a um aumento de risco de ideação suicida, automutilação e comportamento suicida. Este risco persiste até ocorrer uma remissão significativa. Caso a melhora clínica não ocorra durante as primeiras semanas ou mais de tratamento, os pacientes devem ser monitorados e observados de perto até que tal melhora ocorra. Experiência clínica demonstra que o risco de suicídio pode aumentar nos primeiros estágios de recuperação. Outros transtornos psiquiátricos para os quais a quetiapina é prescrita podem também estar associados a um aumento de risco de comportamento suicida. Pacientes com histórico de comportamento suicida ou aqueles que apresentavam um grau significante de ideação suicida antes do início do tratamento são conhecidos por apresentar altos riscos para pensamentos suicidas ou tentativas de suicídio, e devem ser cuidadosamente monitorados durante o tratamento. Uma meta-análise da FDA de estudos clínicos placebo-controlados com fármacos antidepressivos em aproximadamente 4.400 crianças e adolescentes e 77.000 pacientes adultos com transtornos psiquiátricos mostrou um aumento de risco de comportamento suicida com antidepressivos comparado com placebo em crianças, adolescentes e jovens com menos de 25 anos de idade. Esta meta-análise não incluiu estudos envolvendo a quetiapina. Neutropenia: A neutropenia grave (< 0,5 x 109/l) foi raramente relatada nos estudos clínicos com quetiapina. Muitos casos de neutropenia grave ocorreram dentro dos primeiros dois meses do início do tratamento com quetiapina. Não houve nenhuma relação de dose aparente. Os possíveis fatores de risco para neutropenia incluem a baixa contagem de células brancas pré-existentes e o histórico de neutropenia induzida por fármaco. A quetiapina deve ser descontinuada em pacientes com uma contagem de neutrófilos < 1,0 x 109/l. Esses pacientes devem ser observados quanto aos sinais e sintomas de infecção e a contagem de neutrófilos (até 1,5 x 109/l) (ver Reações adversas a medicamentos). Aumentos de glicose no sangue e hiperglicemia: Aumentos de glicose no sangue e hiperglicemia e relatos ocasionais de diabetes têm sido observados nos estudos clínicos com quetiapina. Embora uma relação causal com o diabetes não tenha sido estabelecida, pacientes que apresentam riscos para desenvolver diabetes são aconselhados a fazer um monitoramento clínico apropriado. Similarmente, pacientes diabéticos devem ser monitorados para possível exacerbação (ver Reações adversas a medicamentos). Lipídeos: Aumentos de triglicérides e colesterol têm sido observados nos estudos clínicos com quetiapina (ver Reações adversas a medicamentos). Aumentos lipídicos devem ser clinicamente monitorados. Doenças concomitantes: QUETROS deve ser usado com precaução em pacientes com doença cardiovascular conhecida, doença cerebrovascular ou outras condições que os predisponham à hipotensão. A quetiapina pode induzir hipotensão ortostática, especialmente durante o período inicial de titulação da dose. Convulsões: Em estudos clínicos controlados, não foi observada diferença na incidência de convulsões em pacientes tratados com quetiapina ou placebo. Assim como com outros antipsicóticos, recomenda-se cautela ao tratar pacientes com história de convulsões (ver Reações adversas a medicamentos). Sintomas extrapiramidais e discinesia tardia: Em estudos clínicos placebo-controlados em esquizofrenia e mania bipolar, a incidência de EPS não foi diferente do placebo em toda a faixa de dosagem recomendada. Isto prediz que a quetiapina tem menor potencial de induzir discinesia tardia em pacientes portadores de esquizofrenia e mania bipolar, em comparação a agentes antipsicóticos padrões. Em estudos de curto prazo, placebo-controlados em depressão bipolar, a incidência de EPS foi maior em pacientes tratados com quetiapina do que em pacientes tratados com placebo (ver Reações adversas a medicamentos para taxas de EPS observadas em todas as indicações). Se sinais e sintomas de discinesia tardia aparecerem, deve ser considerada uma redução da dose ou a descontinuação da quetiapina. Síndrome neuroléptica maligna: A síndrome neuroléptica maligna tem sido associada ao tratamento antipsicótico, incluindo a quetiapina (ver Reações adversas a medicamentos). As manifestações clínicas incluem hipertermia, estado mental alterado, rigidez muscular, instabilidade autonômica e aumento da creatinofosfoquinase. Caso isto ocorra, QUETROS deve ser descontinuado e um tratamento médico apropriado deve ser administrado. Descontinuação: Sintomas de descontinuação aguda, assim como insônia, náusea e vômito, têm sido descritos após uma interrupção abrupta do tratamento com fármacos antipsicóticos, incluindo a quetiapina. É aconselhada a descontinuação gradual por um período de pelo menos uma a duas semanas (ver Reações adversas a medicamentos). Pacientes idosos com demência: QUETROS não está aprovado para o tratamento de pacientes idosos com demência relacionada à psicose. Em uma meta-análise de fármacos antipsicóticos atípicos foi reportado que pacientes idosos com demência relacionada à psicose têm um maior risco de morte, comparados com placebo. Em dois estudos placebo-controlados de 10 semanas com quetiapina na mesma população de pacientes (n = 710, idade média: 83 anos e faixa: 56-99 anos), a incidência de mortalidade em pacientes tratados com quetiapina foi de 5,5%, versus 3,2% no grupo placebo. Os pacientes destes estudos morreram por várias causas que foram consistentes com a expectativa para esta população. Estes dados não estabelecem uma causa entre o tratamento com quetiapina e as mortes em pacientes idosos com demência. Interações: Ver também Interações medicamentosas. O uso concomitante da quetiapina com indutores de enzimas hepáticas, como carbamazepina, pode diminuir substancialmente a exposição sistêmica para a quetiapina. Dependendo da resposta clínica, altas doses de quetiapina precisam ser consideradas, se QUETROS é usado concomitantemente com indutores de enzimas hepáticas. Durante a administração concomitante de fármacos inibidores potentes da CYP3A4 (como antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease), as concentrações plasmáticas de quetiapina podem estar significativamente aumentadas, como observado em pacientes em estudos clínicos. Como consequência disto, devem ser usadas doses reduzidas de QUETROS. Medidas especiais devem ser adotadas no tratamento de idosos e pacientes debilitados. A relação risco/benefício precisa ser considerada como base individual em todos os pacientes. Para informações referentes a ajuste de dose para pacientes idosos, crianças e adolescentes, pacientes com insuficiências renal e hepática, ver Posologia. Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas: Devido ao seu efeito primário no SNC, a quetiapina pode interferir em atividades que requeiram um maior alerta mental. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. Atenção: Este medicamento contém açúcar (lactose); portanto, deve ser usado com cautela em portadores de diabetes. Uso durante a gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: C. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. A segurança e a eficácia do fumarato de quetiapina durante a gestação humana não foram estabelecidas. Portanto, QUETROS só deve ser usado durante a gravidez se os benefícios justificarem os riscos potenciais. O grau de excreção da quetiapina no leite humano é desconhecido. Portanto, as mulheres devem ser orientadas a não amamentarem enquanto estiverem tomando QUETROS.
Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco – Ver Posologia.
Interações medicamentosas – Devido aos efeitos primários da quetiapina sobre o SNC, QUETROS deve ser usado com cuidado em combinação com outros medicamentos de ação central e com álcool. A farmacocinética do lítio não foi alterada quando coadministrado com o fumarato de quetiapina. As farmacocinéticas do valproato de sódio e da quetiapina não foram alteradas de forma clinicamente relevantes quando coadministrados. A farmacocinética da quetiapina não foi alterada de forma significativa após a coadministração com os antipsicóticos risperidona ou haloperidol. Entretanto, a coadministração do fumarato de quetiapina com tioridazina causou elevações na depuração da quetiapina. A quetiapina não induziu os sistemas hepáticos enzimáticos envolvidos no metabolismo da antipirina. Entretanto, em um estudo de múltiplas doses em pacientes, para avaliar a farmacocinética da quetiapina antes da administração e durante tratamento com carbamazepina (um conhecido indutor de enzima hepática), a coadministração de carbamazepina aumentou significativamente a depuração da quetiapina. Este aumento da depuração reduziu a exposição sistêmica da quetiapina (como mensurado pela AUC) em média 13% da exposição durante administração só da quetiapina; embora um maior efeito tenha sido observado em muitos pacientes. Como uma consequência da interação, pode ocorrer uma diminuição da concentração plasmática de quetiapina, e, consequentemente, em cada paciente, dependendo da resposta clínica, um aumento da dose de QUETROS deve ser considerado. Deve-se notar que a dose máxima diária recomendada de QUETROS é 600 a 800 mg/dia, dependendo da indicação (ver Posologia e modo de usar). Os tratamentos contínuos em altas doses devem ser considerados somente como resultado de considerações cuidadosas da avaliação do risco/benefício para cada paciente. A coadministração do fumarato de quetiapina e outro indutor de enzima microssomal, fenitoína, também causou aumentos na depuração da quetiapina. Doses elevadas de QUETROS podem ser necessárias para manter o controle dos sintomas psicóticos em pacientes que estejam recebendo concomitantemente QUETROS e fenitoína ou outros indutores de enzimas hepáticas (por exemplo: barbituratos, rifampicina, etc.). Pode ser necessária a redução de dose de QUETROS se a fenitoína, a carbamazepina ou outro indutor de enzimas hepáticas forem retirados e substituídos por um agente não indutor (por exemplo: valproato de sódio). A CYP3A4 é a principal enzima responsável pelo metabolismo da quetiapina mediado pelo citocromo P450. A farmacocinética da quetiapina não foi alterada após coadministração com cimetidina, um conhecido inibidor da enzima P450. A farmacocinética da quetiapina não foi significativamente alterada após coadministração com os antidepressivos imipramina (um conhecido inibidor da CYP2D6) ou fluoxetina (um conhecido inibidor da CYP3A4 e da CYP2D6). Em estudos de múltiplas doses em voluntários sadios para avaliar a farmacocinética da quetiapina antes da administração e durante o tratamento com cetoconazol, a coadministração do cetoconazol resulta em aumento da Cmáx e AUC de quetiapina de 235% e 522%, respectivamente, correspondendo a uma diminuição na depuração de 84%. A meia-vida média da quetiapina aumentou de 2,6 para 6,8 horas, mas o Tmáx médio permaneceu inalterado. Devido ao potencial para uma interação de magnitude semelhante em uso clínico, a dosagem de QUETROS deve ser reduzida durante o uso concomitante de quetiapina e potentes inibidores da CYP3A4 (como antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease).
Reações adversas a medicamentos – As reações adversas mais comumente relatadas com a quetiapina são: sonolência, tontura, boca seca, astenia leve, constipação, taquicardia, hipotensão ortostática e dispepsia. Assim como com outros agentes antipsicóticos, ganho de peso, síncope, síndrome neuroléptica maligna, leucopenia, neutropenia e edema periférico têm sido associados com a quetiapina.
Sintomas extrapiramidais: Os estudos clínicos seguintes incluem o tratamento com fumarato de quetiapina. Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo em esquizofrenia e mania bipolar, a incidência agregada de EPS foi similar ao placebo (esquizofrenia: 7,8% para a quetiapina e 8% para o placebo; mania bipolar: 11,2% para a quetiapina e 11,4% para o placebo). Em estudos clínicos placebo-controlados de curto prazo em depressão bipolar, a incidência agregada de EPS foi de 8,9% para a quetiapina, comparada com 3,8% para o placebo, embora a incidência dos eventos adversos individuais (ex.: acatisia, alterações extrapiramidais, tremor, discinesia, distonia, inquietação, contração muscular involuntária, hiperatividade psicomotora e rigidez muscular) tenha sido geralmente baixa, não excedendo 4% em nenhum grupo de tratamento. Em estudos de longo prazo de esquizofrenia e transtornos afetivos bipolares, a incidência ajustada da exposição agregada de EPS emergente foi similar entre a quetiapina e o placebo.
Níveis de hormônios tireoidianos: O tratamento com a quetiapina foi associado com pequenas diminuições relacionadas à dose dos níveis de hormônios da tireoide, particularmente T4 total e T4 livre. A redução no T4 total e livre foi máxima nas primeiras 2 a 4 semanas de tratamento com a quetiapina, sem redução adicional durante o tratamento de longo prazo. Em quase todos os casos, a interrupção do tratamento com a quetiapina esteve associada à reversão dos efeitos sobre T4 total e livre, independente da duração do tratamento. Pequenas diminuições no T3 total e T3 reverso foram observadas somente com altas doses. Os níveis de tireoglobulinas (TBG) foram inalterados e não foram observados aumentos no TSH, sem a indicação de que a quetiapina causa hipotireoidismo clinicamente relevante. Superdose – Em estudos clínicos, a sobrevida tem sido reportada em casos de superdosagem aguda de até 30 g de quetiapina. A maioria dos pacientes com superdosagem não apresentou eventos adversos ou se recuperou completamente dos eventos adversos relatados. Óbito foi reportado em um estudo clínico, seguido de superdosagem de 13,6 g de quetiapina isolada. Após a comercialização, foram relatados casos raros de superdosagem com o uso de quetiapina, resultando em morte ou coma. Pacientes com doença cardiovascular grave pré-existente podem ter o risco aumentado dos efeitos da superdosagem (ver Advertências). Em geral, os sinais e sintomas relatados foram resultantes da exacerbação dos efeitos farmacológicos conhecidos da quetiapina, isto é, sonolência e sedação, taquicardia e hipotensão. Não há antídoto específico para a quetiapina. Em casos de intoxicação grave, a possibilidade do envolvimento de múltiplos fármacos deve ser considerada e recomendam-se procedimentos de terapia intensiva, incluindo estabelecimento e manutenção de vias aéreas desobstruídas, garantindo oxigenação e ventilação adequadas, e monitoração e suporte do sistema cardiovascular. Supervisão médica e monitoração cuidadosas devem ser mantidas até a recuperação do paciente.
Armazenagem – Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30°C). Proteger da luz e umidade. O medicamento deve ser armazenado na embalagem original até sua total utilização. Desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da data de sua fabricação. Não devem ser utilizados medicamentos fora do prazo de validade, pois podem trazer prejuízos à saúde.
Venda Sob Prescrição Médica.
Só pode ser vendido com retenção da receita.
SAC: 0800-7016900.
Registro no M.S. 1.0573.0404.
ACHÉ Laboratórios Farmacêuticos S.A.