Princípio ativo: cloridrato de doxorrubicina

FAULDOXO® cloridrato de doxorrubicina Solução injetável 2 mg/mL

USO ADULTO E PEDIÁTRICO USO EXCLUSIVO INTRAVENOSO

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES

Solução injetável com 10 mg de cloridrato de doxorrubicina em cada frasco-ampola. Embalagem contendo 1 frascoampola com 5 mL cada. Solução injetável com 50 mg de cloridrato de doxorrubicina em cada frasco-ampola. Embalagem contendo 1 frascoampola de 25 mL cada.

COMPOSIÇÃO

Cada mL de FAULDOXO® 10 mg contém: cloridrato de doxorrubicina ….. 2 mg veículos q.s.p ….. 1 mL (cloreto de sódio, ácido clorídrico, hidróxido de sódio e água para injeção)

Cada mL de FAULDOXO® 50 mg contém: cloridrato de doxorrubicina ….. 2 mg veículos q.s.p ….. 1 mL (cloreto de sódio, ácido clorídrico, hidróxido de sódio e água para injeção)

INFORMAÇÕES AO PACIENTE

AÇÃO DO MEDICAMENTO

FAULDOXO® é um medicamento antineoplásico, cujo princípio ativo é o cloridrato de doxorrubicina, que é um antibiótico antraciclínico citotóxico, que age impedindo a multiplicação e as funções das células tumorais.

INDICAÇÕES DO MEDICAMENTO

FAULDOXO® é indicado no tratamento de alguns tipos de cânceres, incluindo de mama, ósseo, do pulmão, da tireoide, do ovário e leucemia. FAULDOXO® também é indicado no tratamento primário do câncer de bexiga por administração vesical.

RISCOS DO MEDICAMENTO Contraindicações

FAULDOXO® é contraindicado em pacientes com histórico de hipersensibilidade à doxorrubicina, outras antraciclinas, antracenedionas ou a qualquer componente da formulação. Também é contraindicado se você tem problemas hepáticos graves ou problemas cardíacos, ou se você teve uma alteração cardíaca recentemente.

Advertências e precauções

FAULDOXO® pode deixar sua urina vermelha por um ou dois dias após o tratamento. Este tipo de medicamento diminui o número de alguns tipos de células sanguíneas no seu corpo, com isso você pode ter sangramentos ou infecções com maior facilidade. É recomendado que você evite o contato com pessoas doentes; lave as mãos frequentemente; afaste-se de situações perigosas em que você pode se machucar, como jogos desportivos e utilização de objetos cortantes; escovar os dentes e usar o fio dental suavemente. Quimioterapia causa náusea e vômito na maioria dos pacientes, às vezes, mesmo depois de receber medicamentos para preveni-los. Converse com seu médico sobre outras formas de controlar essas reações adversas. FAULDOXO® só deve ser manipulado e administrado por pessoal treinado no uso de medicamentos antineoplásicos.

Interações com outros medicamentos, alimentos e testes laboratoriais

FAULDOXO® não deve ser administrado simultaneamente a ciclofosfamida, ciclosporina, citarabina, paclitaxel, fenobarbital, fenitoína, progesterona, verapamil, propranolol, alopurinol, colchicina, probenecida, sulfimpirazona radioterapia, metotrexato, estreptozicina. O uso concomitante de FAULDOXO® com vacinas com vírus vivo pode potencializar a replicação do vírus, aumentando as reações adversas à vacina, e/ou pode diminuir a resposta imunológica à vacina. Risco de uso por via de administração não recomendada: este medicamento deve ser administrado somente pela via recomendada. Não há estudos dos efeitos se administrado pelas vias não recomendadas. Portanto, por segurança e para eficácia deste medicamento, a administração deve ser feita apenas por via intravenosa.

Grupos de risco Gravidez e lactação: FAULDOXO® pode causar dano fetal quando administrado à mãe durante a gravidez ou quando administrado ao pai quando sua parceira engravidar. Algumas mulheres podem se tornar inférteis com o uso de FAULDOXO®. Se você está planejando engravidar, converse com seu médico antes de iniciar o tratamento com FAULDOXO®. O cloridrato de doxorrubicina é excretado no leite materno, sendo a amamentação contraindicada.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez. Uso em crianças: as doses para adultos podem ser aplicadas às crianças. Recomenda-se o controle periódico da função cardíaca em crianças que foram tratadas com cloridrato de doxorrubicina, tendo em vista o risco particular de desenvolverem cardiotoxicidade.

Uso em idosos: é recomendado o ajuste de dose em pacientes com mais de 70 anos com risco de mielossupressão associada à idade. Uso em pacientes com insuficiência renal: não é necessário ajuste de dose. Uso em pacientes com insuficiência hepática: recomenda-se uma avaliação da função hepática antes da administração de cada dose, através de testes laboratoriais convencionais. A dose de FAULDOXO® deve ser reduzida. Uso em pacientes obesos: estes pacientes devem ser cuidadosamente monitorados caso estejam sendo tratados com a dose máxima recomendada de cloridrato de doxorrubicina.

Não há contraindicação relativa a faixas etárias. Informe ao médico ou cirurgião-dentista o aparecimento de reações indesejáveis. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

MODO DE USO Descrição: FAULDOXO® é uma solução límpida, de coloração vermelha, isenta de partículas visíveis. Orientações gerais: Todos os procedimentos para manuseio, dispensação e descarte adequado de fármacos e medicamentos antineoplásicos devem ser considerados. Seu médico irá determinar quanto e quando você receberá a medicação. Sua medicação será dada através de uma cânula que será introduzida através de um cateter em uma de suas veias, normalmente do braço, pulso ou das mãos e algumas vezes do peito (administração intravenosa ou infusão IV). Um enfermeiro ou outro profissional capacitado irá administrar os medicamentos para seu tratamento. Avise imediatamente se algum destes medicamentos caírem na sua pele ou espirrar em seus olhos; ou se você sentir dor quando da punção da agulha na veia. Esquecimento de dose (dose omitida): este medicamento deve ser dado mediante um esquema regular de tratamento. Se você perder uma dose, avise seu médico, cuidador ou profissional responsável para receber as devidas instruções. Dosagem: as doses terapêuticas variam conforme o estádio da doença. O limite da dose depende do paciente e do protocolo utilizado. Converse com seu médico para saber quanto e quando você receberá seu tratamento.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico. Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento.

REAÇÕES ADVERSAS

Algumas das reações adversas mais comuns são: insuficiência cardíaca congestiva (diminuição da função do coração); arritmias; alopecia (queda de cabelos); náusea; vômito; estomatite; esofagite; diarreia; desidratação; rubor facial; coloração avermelhada da urina. Avise seu médico sobre outros efeitos adversos que você achar que são causados por este medicamento.

SUPERDOSE

Os possíveis sintomas de toxicidade são os indicados no item “”Reações adversas””. Alguns efeitos tóxicos (por exemplo, mucosite) ou que coloquem a vida do paciente em perigo (por exemplo, mielodepressão e cardiotoxicidade) podem ser tardios. Caso ocorra superdose do medicamento, procure auxílio médico imediatamente.

CUIDADOS DE CONSERVAÇÃO

Este medicamento deve ser conservado em sua embalagem original, sob refrigeração (entre 2°C e 8°C), protegido da luz.

TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS Descrição: o cloridrato de doxorrubicina é um antibiótico antraciclínico citotóxico, utilizado como agente antineoplásico, cujo peso molecular é 543,53.

Farmacodinâmica

Seu mecanismo de ação ainda não está bem esclarecido, mas presume-se que esteja relacionado com a sua ligação ao DNA e a inibição da síntese do ácido nucléico, ligação à membrana lipídica celular e interação com a topoisomerase II formando complexos de ADN passíveis de clivagem. Estudos efetuados em cultura de células demonstraram uma rápida penetração na célula e ligação à cromatina perinucleolar, rápida inibição da atividade mitótica e da síntese de ácido nucleico, mutagênese e aberrações cromossômicas. O cloridrato de doxorrubicina tem efeitos imunossupressores. Ele inibe a titulação dos anticorpos hemolíticos e hemaglutinantes em rato imunizado com células vermelhas de carneiro. Uma evidência semelhante no homem indica que o cloridrato de doxorrubicina é um agente imunossupressor poderoso, mas temporário. Os efeitos citotóxicos do cloridrato de doxorrubicina sobre a medula óssea parecem estar relacionados com a sua ação sobre as células mieloides em proliferação. A cardiotoxicidade do cloridrato de doxorrubicina é provavelmente mediada por diversos mecanismos. Apesar do cloridrato de doxorrubicina inibir a síntese de ADN no músculo cardíaco em modelos animais, é provável que a cardiotoxicidade não esteja diretamente relacionada à inibição da réplica do músculo cardíaco. Alguns dados sugerem que isto ocorre devido à formação de radicais livres que, de algum modo, danificam o músculo cardíaco. Estes dados também sugerem que a administração concomitante de vitamina E e outros aceptores de radicais livres pode evitar a cardiotoxicidade, em modelos experimentais animais, sem diminuir sua eficácia antitumoral. Estes estudos precisam de confirmação, mas sugerem que é possível separar os efeitos antitumorais do fármaco dos seus efeitos cardiotóxicos acumulativos. A especificidade da toxicidade do cloridrato de doxorrubicina parece estar primariamente relacionada à atividade proliferativa do tecido normal. Deste modo, a medula óssea, o trato gastrintestinal e as gônadas são os principais tecidos atingidos.

Farmacocinética

A doxorrubicina não é indicada para uso por via oral, tendo em vista que menos de 5% do fármaco é absorvido. Estudos de farmacocinética indicam um rápido clearance plasmático e ligação tissular após a administração intravenosa de doxorrubicina, tanto normal quanto rádio-marcada. Sua porcentagem de ligação às proteínas plasmáticas varia de 74% a 76%. O mecanismo e a disposição do fármaco ainda não estão bem definidos. O fármaco é predominantemente metabolizado pelo fígado em doxorrubicinol e vários metabólitos aglicônicos. Alguns destes metabólitos são mais citotóxicos que a doxorrubicina. Altas concentrações destes metabólitos surgem rapidamente no plasma e passam por uma fase de distribuição com uma meia-vida inicial curta, mas mensurável. O metabolismo pode ser diminuído em pacientes com alteração da função hepática. A biotransformação da doxorrubicina e de seus metabólitos segue um padrão farmacocinético trifásico com uma meia-vida de primeira fase de 12 minutos, de segunda fase de 3,3 horas, e uma de terceira fase prolongada de 29,6 horas. A excreção urinária do cloridrato de doxorrubicina e de seus metabólitos é prolongada, avaliando-se somente em 5% do fármaco excretado durante os cinco primeiros dias. Aproximadamente 5% da dose administrada são excretadas na bile, sendo os 30% adicionais excretados na bile como conjugados. Na presença de insuficiência hepática a excreção é mais lenta e resulta em retenção e acúmulo no plasma e nos tecidos. A doxorrubicina não atravessa a barreira hematoencefálica.

RESULTADOS DE EFICÁCIA Leucemia linfoide aguda (LLA): em estudo clínico realizado em adultos com LLA, Aviles et al. (1983) verificaram que o índice de remissão completa (RC) aumentou de 75% (histórico) para 90% quando a doxorrubicina foi combinada ao esquema contendo vincristina e prednisona, aumentando também a sobrevida de menos de um ano para uma média de 31 meses. Ishii et al. (1986) realizaram um estudo com oito pacientes pediátricos com LLA refratária à terapia de indução inicial, sendo que quatro estavam em remissão contínua de quatro a 24 meses após o tratamento com citarabina 1 g/m2 e doxorrubicina 40 a 60 mg/m2/dose. A remissão ocorreu após dois ou três ciclos com essa terapia e depois foi mantida uma terapia mensal com citarabina. Um paciente em recidiva do sistema nervoso central permaneceu em remissão após dois ciclos com essa terapia. Geralmente, as reações adversas foram leves a moderadas e toleráveis em todas as crianças. Estes dados sugerem que citarabina e doxorrubicina podem ser eficazes no tratamento de todos os pacientes refratários a outros regimes. Leucemia mieloide aguda (LMA): Bern et al. (1987) verificaram que, para a terapia de indução ou reindução da LMA, a combinação de etoposídeo, citarabina, doxorrubicina e 6-tioguanina foi efetiva, com remissão completa (RC) em 85% dos pacientes (29 de 34 pacientes). O índice de RC alcançou 94% (17 dos 18 pacientes) no grupo com 50 anos ou menos e 75% (12 dos 16 pacientes) no grupo acima de 50 anos. A taxa de remissão para LMA foi de 86% (19 dos 22 pacientes) e de 83% para LMA secundária ou reincidente (dez dos 12 pacientes). Este regime terapêutico mostrou-se efetivo para LMA primária ou reincidente. Peterson et al. (1980) realizaram estudo clínico em adultos com doxorrubicina (30 mg/m2), citarabina, 6-tioguanina, prednisona e vincristina, que resultou em RC de 82% dos pacientes recebendo terapia de indução inicial (18 dos 22 pacientes) e RC de 67% dos pacientes submetidos à reindução (12 dos 18 pacientes). O tempo médio para remissão foi de 32 dias. Tumor de Wilms: Breslow et al. (2004) através de uma análise dos pacientes incluídos no terceiro e quarto National Wilms Tumor Studies (NWTS-3 e 4) evidenciaram que para tumores de Wilms estádio III com histologia favorável, a inclusão de doxorrubicina ao esquema com dactinomicina e vincristina (n = 130) em comparação com o esquema de apenas dactinomicina e vincristina (n = 118) apresentou melhora, após oito anos, no intervalo livre de doença de 74% para 84% e a sobrevida global de 83% para 89%, concluindo que apesar das baixas taxas de insuficiência cardíaca congestiva, a adição de doxorrubicina ao esquema quimioterápico aumenta a sobrevida. Neuroblastoma: West et al. (1993) relataram aumento da sobrevida em pacientes pediátricos maiores de 1 ano de idade com neuroblastoma estágio III sob tratamento intensivo multimodal. Além da cirurgia e da radioterapia, foi utilizada quimioterapia com MADDOC (mecloretamina, doxorrubicina, cisplatina, dacarbazina, vincristina, ciclofosfamida) ou cisplatina + ciclofosfamida para indução seguida por MADDOC. Uma sobrevida livre de evento de 72% foi obtida após acompanhamento médio de 85 meses. Sarcomas ósseos: as combinações de tratamento cirúrgico e quimioterápico para sarcoma ósseo permitiram que a sobrevida de cinco anos aumentasse de 10% para aproximadamente 70% em 30 anos, sendo a doxorrubicina o fármaco integrante dos esquemas quimioterápicos para esses sarcomas. Em estudo clínico randomizado, controlado em 407 pacientes com sarcoma ósseo operável, não metastático, comparando a utilização do esquema doxorrubicina

+ cisplatina versus regime multifármacos envolvendo vincristina, metotrexato, ácido folínico, doxorrubicina, bleomicina, ciclofosfamida e dactinomicina, Souhami et al. (1997) demonstraram a não diferença da sobrevida entre os tratamentos, tanto em crianças como em adultos. A quimioterapia foi utilizada no pré e no pós-operatório, em esquemas variados nos dois regimes de tratamento. Em ambos os grupos, as modificações de dose foram feitas com base nas contagens de leucócitos. A sobrevida global foi de 64,9% e de 55,2%; a sobrevida livre de progressão foi de 47,0% e de 43,7%; respectivamente, em três anos e em cinco anos, em ambos os grupos. O esquema com duas drogas, mais curto, foi mais bem tolerado. Sarcoma dos tecidos moles: os resultados de um estudo clínico fase II envolvendo 20 pacientes com sarcomas de tecidos moles metastáticos e/ou avançado, realizado por Palumbo et al. (1998), indicaram que o tratamento com uma combinação de vincristina, doxorrubicina (adriamicina) e ciclofosfamida (VAC) alternando com ifosfamida e etoposídeo (IE) produziu um índice de resposta global de 45% (duas completas; sete respostas parciais). Entre os pacientes não tratados anteriormente (n = 8), este regime quimioterápico alternado alcançou um índice de resposta global de 75%. A principal toxicidade dose-limitante foi a mielossupressão (leucopenia, neutropenia). O tempo médio de sobrevida foi de dez meses (intervalo de quatro a 26 meses) em todo o grupo e de 14 meses (intervalo de nove a 26 meses) nos pacientes responsivos. Em três estudos de avaliação da doxorrubicina como adjuvante para tratamento do sarcoma de tecido mole agressivo, Ettinghausen et al. (1986) e Lerner et al. (1987) não observaram diferenças significantes quanto ao controle da doença local, sobrevida livre de metástase, sobrevida livre da doença ou sobrevida global. Entretanto, um subgrupo de pacientes com sarcomas de tronco apresentou melhora na sobrevida livre da doença. Carcinoma de mama: em um estudo randomizado com 1355 mulheres com câncer de mama, Gianni et al. (2005) avaliaram se a eficácia da doxorrubicina seguida por CMF (ciclofosfamida, metotrexato e fluoruracila) pode melhorar com a adição de paclitaxel como adjuvante ou terapia sistêmica primária. O esquema doxorrubicina + paclitaxel seguido por CMF foi considerado viável, seguro e bem tolerado, sendo que na terapia sistêmica primária permitiu a realização de cirurgia conservadora em grande parte das pacientes (65% versus 34%, p

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