Princípio ativo: daunorrubicinaDaunocin
DAUNOCINCloridrato de Daunorrubicina
Liófilo Injetável – i.v.
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO: – DAUNOCIN
Daunocin apresenta- se sob a forma de pó liofilizado, de coloração vermelha, para administração intravenosa após reconstituição, acondicionado em frascos-ampolas contendo 20mg de Cloridrato de Daunorrubicina. Caixas contendo 1 frasco-ampola, acompanhado de ampola de diluente.
USO ADULTO E PEDIÁTRICO
COMPOSIÇÃO: – DAUNOCIN
Cada frasco- ampola de Daunocin contém:
Cloridrato de Daunorrubicina ………………..20mg
D- Manitol ………………..100mg
Cada ampola de diluente contém:
Água para Injeções ………………..4mL
INFORMAÇÕES AO PACIENTE: – DAUNOCIN
O medicamento deve ser conservado em sua embalagem original, sob temperatura entre 15 ºC e 25 ºC, ao abrigo da luz, calor e umidade excessiva.
O prazo de validade de Daunocin é de 36 meses, a contar da sua data de fabricação, nas condições acima citadas (vide rótulo e cartucho).
” NÃO USE O MEDICAMENTO SE O PRAZO DE VALIDADE ESTIVER VENCIDO”
Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após seu término. Informe seu médico se está amamentando.
Siga a orientação do seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interromper o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Informe seu médico o aparecimento de reações desagradáveis.
” TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS”
Informe seu médico sobre qualquer medicamento que esteja usando, antes do início, ou durante o tratamento.
Daunocin não deve ser usado na gravidez e lactação.
” NÃO TOME REMÉDIO SEM O CONHECIMENTO DE SEU MÉDICO, PODE SER PERIGOSO PARA A SUA SAÚDE”
Daunocin é para uso exclusivamente intravenoso.
INFORMAÇÕES TÉCNICAS: – DAUNOCIN
Modo de Ação:Cloridrato de Daunorrubicina é um antibiótico antineoplásico, obtido a partir de Streptomyces peucetius ou de Streptomyces coeruleocubidus, que demonstrou ação citostática tanto in vitro quanto in vivo. O mecanismo exato de ação de Cloridrato de Daunorrubicina ainda não foi completamente elucidado, porém provavelmente inibe a síntese do DNA e do ácido ribonucleico DNA- dependente.
Essa inibição ocorre pela formação de um complexo com o DNA, com uma intercalação entre os pares de base, impedindo que a hélice se enrole. Essa distorção prejudica a capacidade de duplicação do DNA.
Cloridrato de Daunorrubicina parece também inibir a ação da polimerase, afetando a regulação da expressão do gene, e está relacionada com radicais livres prejudiciais ao DNA. Apesar de sua citotoxicidade máxima estar na fase S da divisão celular, a droga não é um inibidor ciclo- fásico específico. Cloridrato de Daunorrubicina apresenta também ação antibacteriana e imunossupressiva.
Farmacocinética:
Cloridrato de Daunorrubicina deve ser sempre administrado por via intravenosa, por ser extremamente lesivo ao tecido.
Cloridrato de Daunorrubicina é rapidamente distribuído pelo organismo, com níveis mais altos no baço, fígado, rins, pulmões e coração. A droga é absorvida pelas células e liga- se aos componentes celulares, em especial ao ácido nucléico. Não atravessa a barreira hemato-encefálica, porém pode atravessar a barreira placentária.
Após administração intravenosa, as concentrações plasmáticas de Cloridrato de Daunorrubicina e seus metabólitos declinam de modo trifásico e a concentração de Cloridrato de Daunorrubicina não metabolizada declina de modo bifásico. A meia- vida plasmática de Cloridrato de Daunorrubicina é, em média, 45 minutos na fase inicial, e 18,5 horas na fase terminal.
Após uma hora da administração de Cloridrato de Daunorrubicina, o metabólito predominante é o daunorrubicinol, com meia- vida plasmática terminal média de 26,7 horas.
Cloridrato de Daunorrubicina é extensivamente metabolizado no fígado e em outros tecidos, produzindo daunorrubicinol, principal metabólito que apresenta atividade antineoplásica. Em 30 minutos após a administração de Cloridrato de Daunorrubicina, 40‰ da dose administrada está presente no plasma como daunorrubicinol. Após 4 horas, essa porcentagem sobe para 60‰.
Cloridrato de Daunorrubicina e seus metabólitos são excretados na urina e bile. A excreção urinária da droga e seus metabólitos é de 14‰ a 23‰ da dose, e ocorre principalmente dentro de 3 dias após sua administração. Após as primeiras 24 horas, Cloridrato de Daunorrubicina é excretado na urina principalmente como daunorrubicinol. Aproximadamente 40‰ da dose é eliminada por excreção biliar.
INDICAÇÕES: – DAUNOCIN
Daunocin é um agente antineoplásico, que pode ser combinado com outros agentes quimioterápicos. É indicado para uso em leucemias não- linfocíticas (mielocítica, monocítica e eritrocitária) agudas em adultos, leucemia linfocítica aguda em crianças e adultos e tumores sólidos de crianças, tais como neuroblastoma e linfomas não-Hodgkin.
CONTRA-INDICAÇÕES: – DAUNOCIN
Daunocin é contra- indicado nas seguintes situações:*Pacientes que foram recentemente expostos ao agente causador da catapora ou ao vírus Herpes zoster;
*Pacientes com mielossupressão ativa, induzida por tratamento quimioterápico ou radioterapia anteriores;
*Pacientes com insuficiência cardiorrespiratória;
*Pacientes com insuficiência hepática grave;
*Gravidez e lactação.
PRECAUÇÕES GERAIS: – DAUNOCIN
Daunocin causa leucopenia em todos os pacientes. Assim, é imprescindível o monitoramento das células brancas, células vermelhas e plaquetas. O nadir (ponto mais baixo, onde ocorre a maior depressão) da contagem de leucócitos ocorre em torno de 10 a 14 dias após a administração da dose. A recuperação costuma ocorrer em 21 dias após a administração da dose. Daunocin não deve ser utilizado em pacientes com mielossupressão preexistente, a menos que os possíveis benefícios com o tratamento superem os riscos. Mielossupressão persistente pode causar superinfecção ou hemorragia.
Medidas apropriadas devem ser tomadas para controlar qualquer infecção sistêmica antes da administração de Daunocin.
Deve- se dar atenção especial à cardiotoxicidade de Daunocin. Crianças e idosos estão mais sujeitos a esse efeito. Doenças cardíacas preexistentes e tratamento anterior com doxorrubicina são fatores que aumentam o risco de cardiotoxicidade de Daunocin. A relação risco/benefício deve ser cuidadosamente avaliada na escolha da terapia com Daunocin para esses pacientes.
Em adultos, com doses totais cumulativas inferiores a 550mg/m2, raramente foi observada insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Contudo, alguns casos de pericardite e miocardite não relacionados à dose foram observados.
Doses cumulativas excedendo 550mg/m2, em adultos, aumentam a incidência de ICC.
As crianças são mais suscetíveis a apresentarem cardiotoxicidade por medicamentos do grupo dos antraciclínicos. A influência da dose na toxicidade em crianças está mais especificada. A terapia com antraciclínicos em crianças pode prejudicar a sístole ventricular esquerda, reduzir a contratibilidade, levar à ICC ou morte. Essas condições podem ocorrer meses ou anos após o término da quimioterapia. Esses efeitos parecem ser dose- dependentes e são agravados por radiação torácica. Dessa maneira, esses pacientes devem ter a evolução da função cardíaca monitorada por um longo período. Tanto em adultos como em crianças, a dose total de Daunocin a ser administrada deve considerar outras terapias prévias ou concomitantes com outros agentes com potenciais cardiotóxicos ou compostos relacionados, como a doxorrubicina.
Não existe nenhum método confiável para prever quais pacientes vão apresentar ICC aguda como efeito cardiotóxico de Daunocin. Contudo, algumas mudanças no eletrocardiograma (ECC) e diminuição da fração de ejeção sistólica, em relação aos valores apurados antes do tratamento, podem ajudar a reconhecer pacientes que têm risco maior de apresentarem ICC. Observando o ECC, uma diminuição maior ou igual a 30‰ no vetor limite de QRS tem sido associada a um risco acentuado de cardiomiopatia induzida pela droga. Assim, o ECC e/ou determinação da fração de ejeção sistólica deve ser realizado antes de cada dose de Daunocin.
O diagnóstico precoce de ICC induzida pela droga é essencial para se obter êxito no tratamento com digitálicos, diuréticos, restrição de sódio e repouso absoluto.
Comprometimento das funções renal e hepática pode aumentar a toxicidade das doses recomendadas de Daunocin; é importante uma avaliação dessas funções antes e durante a terapia com Daunocin.
Daunocin pode causar estomatite, que pode ser extremamente desconfortável; devido a esse fato, pacientes em terapia com Daunocin devem ser orientados para uma adequada higiene oral, inclusive sobre o uso de escova de dentes, fio dental e palitos.
Deve- se ter cautela em evitar o extravasamento de líquido durante a administração, pois pode ocorrer necrose do tecido.
O paciente deve ser advertido sobre a alopecia, reversível após o tratamento, e coloração vermelha da urina, que é resultado do metabolismo do medicamento.
Se náuseas e vômitos ocorrerem, o tratamento com medicação antiemética pode ajudar a diminuir esses sintomas.
Uso na gravidez e lactação:
Daunocin enquadra- se na categoria ” D” , do FDA. A droga se mostrou teratogênica em animais. Não existem estudos adequados e controlados do uso de Daunocin na gravidez humana.
Não se sabe se Daunocin é excretado no leite materno. Porém, considerando que muitas drogas são excretadas no leite materno, e a toxicidade de Daunocin, a amamentação não é recomendada durante a terapia com Daunocin.
Assim, mulheres em tratamento com Daunocin devem ser orientadas a não engravidar e não amamentar. Mulheres grávidas ou lactantes não devem receber Daunocin.
Deve- se considerar também que Daunocin é potencialmente esterilizante, carcinogênico e mutagênico.
Uso em crianças:
Daunocin pode ser usado em crianças, adequando- se as doses para essa faixa etária.
Uso em idosos:
Daunocin deve ser usado com cautela em pacientes idosos.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: – DAUNOCIN
Daunocin interage com o próprio Cloridrato de Daunorrubicina administrado anteriormente, aumentando o risco de cardiotoxicidade.Daunocin não deve ser administrado com heparina e dexametasona, pois forma um precipitado.
Daunocin interage com medicamentos hepatotóxicos, com medicamentos que causam discrasias sanguíneas e com os medicamentos que desenvolvem ação supressora da área mediastínica, aumentando seus efeitos tóxicos.
Daunocin interage com vacinas de vírus vivos porque, estando suprimidos os mecanismos de defesa normal, pode haver potencialização da replicação do vírus da vacina e diminuição na formação de anticorpos.
Daunocin pode aumentar a concentração de ácido úrico no sangue, sendo necessário uma adequação dos agentes antigotosos para controlar a hiperuricemia e gota. Alopurinol previne/reverte a hiperuricemia e nefropatia. Daunocin diminui a eficácia de colchicina, sulfimpirazona e probenecida.
Tem sido descrita resistência cruzada entre Daunocin e alcalóides da vinca. Daunocin pode ser usado em terapia combinada com outros agentes quimioterápicos antineoplásicos, antibióticos e medicamentos cortisona semelhantes, porém esses medicamentos não devem ser misturados na mesma seringa.
REAÇÕES ADVERSAS: – DAUNOCIN
As reações adversas mais frequentes são febre, calafrios, estomatite, esofagite, náusea, vômito, leucopenia, infecção. Diarréia pode ocorrer. A leucopenia ocorre em todos os pacientes. Também ocorrem, com maior incidência, dor lombar, gástrica ou nas articulações, relacionadas com hiperuricemia e nefropatia por ácido úrico, batimentos cardíacos irregulares ou dispnéia, edema dos pés e membros inferiores relacionados com a cardiotoxicidade do medicamento. Reações alérgicas são raras, porém podem ocorrer. Essas reações necessitam de cuidados médicos nos casos em que se tornam persistentes ou incômodas. Alopecia e urina avermelhada não necessitam de cuidados médicos. As reações relacionadas ao sistema cardiocirculatório, ocorridas após descontinuação do medicamento, evidenciam cardiotoxicidade e necessitam de assistência médica. A ocorrência de choque anafilático e reações de hipersensibilidade (febre, arrepios e erupções cutâneas) é rara. Ocasionalmente, são relatadas alterações hepáticas evidenciadas por icterícia, elevações no GOT, GPT e AL- P. Também foram relatadas, ocasionalmente, elevações no BUN (nitrogênio uréico sanguíneo) e proteinúria.
POSOLOGIA: – DAUNOCIN
Peculiaridades no uso de agentes antineoplásicos devem ser consideradas; várias normas sobre o tema têm sido publicadas, porém não há um consenso sobre os procedimentos.Daunocin deve ser administrado exclusivamente por via intravenosa. Daunocin é extremamente irritante aos tecidos. Deve- se evitar o extravasamento da droga durante a aplicação, devido ao risco de necrose.
A dose de Daunocin deve ser baseada na resposta clínica e hematológica e na tolerância do paciente, e no uso ou não de outro quimioterápico ou radiação, visando obter os melhores benefícios terapêuticos com o mínimo de efeitos adversos.
A dose de Daunocin para adultos geralmente varia de 30 a 60mg/m2, diariamente, por 3 a 5 dias. A dose de Daunocin, como agente único em adultos, é de 60mg/m2, administrada por 3 dias e repetida em intervalos de 3 a 4 semanas. Em terapia combinada, a dose para adultos com menos de 60 anos deve ser de 45mg/m2; em adultos com 60 anos ou mais, de 30mg/m2, administrada diariamente, por 3 dias, no primeiro ciclo, e em 2 dias nos ciclos seguintes.
Em crianças, a dose usual varia entre 25 a 45mg/m2, com a frequência dependendo da terapia usada. Em crianças menores que 2 anos ou com área de superfície corpórea menor que 0,5m2, a dose deve ser calculada considerando a relação peso corpóreo/área de superfície corpórea.
A dose total de Daunocin não deve exceder 500 a 600mg/m2, em adultos, devido ao risco cumulativo de cardiotoxicidade. Tanto em adultos como em crianças, a dose total de Daunocin a ser administrada deve considerar prévia ou concomitante terapia com agentes potencialmente cardiotóxicos ou drogas relacionadas, tais como a doxorrubicina. Em pacientes que receberam radiação na região cardíaca, ICC pode ocorrer com dose cumulativa menor; nesses pacientes a dose total não deve ultrapassar o valor de 400 a 450mg/m2.
Pacientes com concentração sérica de bilirrubina entre 1, 2 e 3mg/dL devem receber 75‰ da dose recomendada, e aqueles com concentração de creatinina maior que 3mg/dL, associados ou não a comprometimento hepático, devem receber 50‰ da dose.
ADMINISTRAÇÃO: – DAUNOCIN
Utilizar proteção para as mãos para abrir as ampolas e frascos- ampolas.
Devem ser observados os cuidados de assepsia durante toda a manipulação do medicamento até o término da injeção.
Daunocin deve ser reconstituído em 4mL de Água para Injeções, diluente que acompanha o produto. O frasco- ampola deve ser agitado até completa dissolução. A solução resultante contém 5mg de Daunorrubicina por mL.
A dose desejada da solução reconstituída deve ser transferida para uma seringa contendo 10 a 15mL de Soro Fisiológico 0,9‰ e depois injetada durante 2 a 3 minutos no tubo de uma infusão intravenosa de Soro Fisiológico 0,9‰ ou Dextrose 5‰.
Locais como veias pequenas, extremidades edematosas e áreas próximas à articulações e tendões, devem ser evitadas para a aplicação da injeção. Durante a administração, o local de aplicação e áreas adjacentes devem ser observados, verificando a ocorrência de infiltração e irritação nervosa. O paciente deve ser orientado a relatar imediatamente qualquer sensação de ardor ou ” queimação” . Caso isso ocorra, a infusão deve ser interrompida e reiniciada em outro local, preferencialmente em outra extremidade.
Logo a seguir da aplicação de Daunocin, administram- se 100 a 250mL de Soro Fisiológico 0,9‰, por via intravenosa, pelo tubo de borracha do líquido de infusão.
Não misturar Daunocin a outros medicamentos na mesma seringa.
Uso exclusivamente intravenoso.
Deve- se cuidar para que não ocorra extravasamento de líquido durante a aplicação, devido ao risco de necrose.
Não usar o medicamento se o prazo de validade estiver vencido.
Conservar o produto em sua embalagem original, em temperatura entre 15 ºC a 25 ºC, ao abrigo da luz, calor e umidade excessiva.
A solução reconstituída permanece estável por 24 horas em temperatura ambiente e 48 horas sob refrigeração entre 2 ºC a 8 ºC.
A solução reconstituída deve ser protegida da luz.
Soluções que apresentarem decomposição não devem ser utilizadas. A decomposição é evidenciada pela mudança de cor, que passa de vermelho para lilás.
Qualquer porção não utilizada da solução reconstituída deve ser descartada.
SUPERDOSAGEM: – DAUNOCIN
Apesar de não ter sido relatado nenhum caso de superdosagem, esta deve consistir de mielossupressão drástica e grave cardiotoxicidade, com ou sem mudanças reversíveis no ECG, podendo levar à ICC. O tratamento deve ser de suporte e sintomático.
USO RESTRITO A HOSPITAIS
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA
LABORATÓRIO
MEIZLER