Princípio ativo: dienogesteAllurene® dienogeste

APRESENTAÇÕES
Cartucho contendo 28 comprimidos.

USO ORAL
USO ADULTO

COMPOSIÇÃO
Cada comprimido contém 2 mg de dienogeste.
Excipientes: lactose, amido, celulose microcristalina, povidona, talco, crospovidona e
estearato de magnésio.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

1.
INDICAÇÃO
Tratamento da endometriose.

2.
RESULTADOS DE EFICÁCIA
Foi demonstrada a superioridade de Allurene® em relação ao placebo na redução da
dor pélvica associada à endometriose (DPAE) e redução clinicamente significativa da
dor comparada aos valores iniciais em um estudo de 3 meses incluindo 102 pacientes
com Allurene®.
A DPAE foi medida com uma escala visual analógica (EVA) (0 ­ 100 mm). Após 3
meses de tratamento com Allurene® (dienogeste), foram demonstradas diferenças
estatisticamente significativas comparadas ao placebo ( = 12,3 mm; 95% IC: 6,4 ­
18,1; p < 0,0001) e redução clinicamente significativa da dor comparada aos valores
iniciais (redução média = 27,4 mm ± 22,9).
Após 3 meses de tratamento, foi alcançada redução da DPAE de cerca de 50% ou
mais sem aumento relevante da medicação concomitante para dor em 37,3% das
pacientes tratadas com Allurene® (versus placebo: 19,8%); uma redução de DPAE de
cerca de 75% ou mais sem aumento relevante da medicação para dor foi alcançada
em 18,6% das pacientes tratadas com Allurene® (versus placebo: 7,3%).
Este estudo controlado com placebo foi estendido de forma aberta e seus resultados
demonstraram melhora contínua da endometriose associada à dor pélvica com uma
duração de tratamento de até 15 meses (redução média ao final do tratamento = 43,2
± 21,7 mm) da EVA.
Adicionalmente, a eficácia na dor pélvica associada à endometriose foi demonstrada
em um estudo comparativo de 6 meses com Allurene® comparado ao análogo do
GnRH acetato de leuprorelina (AL) incluindo 120 pacientes em tratamento com
Allurene®. A DPAE foi também medida sobre uma EVA (0 ­ 100 mm). Foi observada
redução clinicamente significativa da dor comparada aos valores iniciais em ambos os
grupos de tratamento (Allurene®: 47,5 ± 28,8 mm versus AL: 46,0 ± 24,8 mm). Foi
demonstrada não-inferioridade em comparação ao AL baseado em uma margem pré-
definida de 15 mm (p < 0,0001).
Três estudos incluindo um total de 252 pacientes que receberam diariamente 2 mg de
dienogeste demonstraram redução substancial das lesões endometrióticas após 6
meses de tratamento.
Em um estudo pequeno (n = 8 por grupo de dose), uma dose diária de 1 mg de
dienogeste demonstrou induzir um estado anovulatório após 1 mês de tratamento.
Allurene® não foi testado para eficácia contraceptiva em estudos maiores.

3.
CARACTERÍSTICAS FARMACOLÓGICAS

Propriedades farmacodinâmicas
O dienogeste é um derivado da nortestosterona com atividade antiandrogênica de
aproximadamente um terço da atividade do acetato de ciproterona. O dienogeste liga-
se ao receptor de progesterona no útero humano com apenas 10% da afinidade
relativa da progesterona. Apesar de sua baixa afinidade pelo receptor de
progesterona, o dienogeste apresenta potente efeito progestogênico in vivo. O
dienogeste não apresenta atividade androgênica, mineralocorticoide ou glicocorticoide
significativa in vivo.

O dienogeste age sobre a endometriose reduzindo a produção de estradiol endógeno
e desta forma, suprimindo os efeitos tróficos do estradiol tanto sobre o endométrio
eutópico quanto ectópico. Quando administrado continuamente, o dienogeste leva a
um meio endócrino hipergestagênico, hipoestrogênico, causando decidualização inicial
do tecido endometrial seguido de atrofia das lesões endometrióticas. Propriedades
adicionais, tais como efeitos antiangiogênicos e imunológicos, parecem contribuir para
a ação inibitória do dienogeste sobre a proliferação celular.

Dados de segurança
Os níveis de estrogênio endógeno são apenas moderadamente suprimidos durante o
tratamento com Allurene®.
A densidade mineral óssea (DMO) foi avaliada em 21 pacientes antes e após 6 meses
do tratamento e não houve redução na média da DMO.
Não foi observado impacto significativo sobre os parâmetros laboratoriais padrão,
incluindo hematologia, bioquímica do sangue, enzimas hepáticas, lipídeos e
hemoglobina glicosada (HbA1C) durante o tratamento com Allurene® (dienogeste) até
15 meses (n = 168).

Propriedades farmacocinéticas

Absorção

O dienogeste administrado por via oral é rápido e quase completamente absorvido.
Concentrações séricas máximas de 47 ng/mL são alcançadas em aproximadamente
1,5 hora após ingestão de dose única. A biodisponibilidade é de cerca de 91%. A
farmacocinética do dienogeste é proporcional à dose dentro do intervalo de 1 a 8 mg.

Distribuição
O dienogeste liga-se á albumina sérica e não se liga às globulinas de ligação dos
hormônios sexuais (SHBG) nem às globulinas de ligação dos corticosteroides (CBG).
Dez por cento do total das concentrações séricas do medicamento apresentam-se na
forma livre do esteroide e 90% ligam-se de forma não específica à albumina.

O volume aparente de distribuição (Vd/F) de dienogeste é 40 L.

Metabolismo
O dienogeste é completamente metabolizado pelas vias conhecidas do metabolismo
de esteroides, com a formação de metabólitos em sua maior parte
endocrinologicamente inativos. Com base em estudos in vitro e in vivo, a citocromo
P450 (CYP3A4) é a principal enzima envolvida no metabolismo do dienogeste. Os
metabólitos são excretados muito rapidamente de modo que a fração predominante no
plasma é a forma inalterada do dienogeste.
A taxa de depuração metabólica sérica Cl/F é 64 mL/min.


Eliminação
Os níveis séricos de dienogeste diminuem em duas fases. A fase de disposição
terminal é caracterizada por meia-vida de aproximadamente 9 a 10 horas. O
dienogeste é excretado na forma de metabólitos que são excretados em uma razão
urina/fezes de cerca de 3:1, após administração oral de 0,1 mg/Kg. A meia-vida de
excreção urinária dos metabólitos é de 14 horas. Após administração oral,
aproximadamente 86% da dose administrada é eliminada dentro de 6 dias, a maior
parte sendo excretada dentro das primeiras 24 horas, principalmente na urina.

Condições no estado de equilíbrio
A farmacocinética do dienogeste não é influenciada pelos níveis de SHBG. Após
ingestão diária, os níveis séricos do medicamento aumentam cerca de 1,24 vezes,
alcançando as condições do estado de equilíbrio após 4 dias de tratamento. A
farmacocinética do dienogeste após administração repetida de Allurene® (dienogeste)
pode ser prevista a partir da farmacocinética de dose única.

Dados pré-clínicos de segurança
Os dados pré-clínicos não revelaram risco especial para humanos baseado em
estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida,
genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade de reprodução. No entanto, deve-
se ter em mente que esteroides sexuais podem promover o crescimento de certos
tecidos e tumores dependentes de hormônio.

4.
CONTRAINDICAÇÕES

Allurene® não deve ser utilizado na presença de qualquer uma das condições
listadas abaixo, as quais são parcialmente provenientes de informação sobre
outros medicamentos contendo somente progestógeno. Caso surja qualquer

uma dessas condições durante o uso de Allurene®, o tratamento deve ser
descontinuado imediatamente.
– distúrbio tromboembólico venoso em atividade;
– presença ou histórico de doença cardiovascular e arterial (por exemplo, infarto
do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença cardíaca isquêmica);
– diabetes melitus com envolvimento vascular;
– presença ou histórico de doença hepática grave enquanto os valores da função
hepática não retornarem ao normal;
– presença ou histórico de tumor hepático (benigno ou maligno);
– suspeita ou diagnóstico de neoplasias dependentes de hormônios sexuais;

– sangramento vaginal não diagnosticado;
– hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos componentes da
formulação.

5.
ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES
Antes de iniciar o tratamento com Allurene®, deve-se excluir a possibilidade de
gravidez. Durante o tratamento, as pacientes devem ser orientadas a utilizar
métodos contraceptivos não hormonais (por exemplo, método de barreira), caso
seja necessário prevenir a gravidez.

Allurene® não foi investigado quanto à eficácia contraceptiva, mas foi
demonstrado em um estudo envolvendo 8 mulheres, que 1 mg de dienogeste é
capaz de induzir a um estado anovulatório após 1 mês de tratamento.

Gestações que ocorrem entre usuárias de contraceptivos contendo somente
progestógeno (por exemplo, minipílula) têm maior probabilidade de serem
ectópicas do que as gestações entre usuárias de contraceptivos orais

combinados. Portanto, em mulheres com histórico de gravidez extrauterina ou
de alteração da função das trompas, o uso de Allurene® deve ser decidido
apenas após cuidadosa avaliação da relação risco/benefício.

Allurene® é um medicamento que contém somente progestógeno, portanto,
deve-se considerar que as precauções e advertências para o uso de todos os
medicamentos que contem somente progestógeno são válidas também para o
seu uso, embora nem todas as precauções e advertências estejam baseadas em
achados dos estudos clínicos realizados com Allurene®.

Caso qualquer uma das condições/fatores de risco descritas abaixo esteja
presente ou se agrave, deve-se realizar uma análise individual da relação
risco/benefício antes de iniciar ou continuar o uso de Allurene®.

Distúrbios circulatórios
A partir de estudos epidemiológicos, há pequena evidência para uma associação
entre medicamentos contendo somente progestógeno e risco aumentado de
infarto do miocárdio ou tromboembolismo cerebral. O risco de eventos cerebrais
e cardiovasculares está bastante relacionado ao aumento da idade, hipertensão
e tabagismo. Em mulheres com hipertensão, o risco de acidente vascular

cerebral pode ser levemente aumentado por medicamentos contendo somente
progestógeno.

Alguns estudos indicam que pode haver um risco levemente, aumentado de
tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda, embolia pulmonar), mas
não estatisticamente significativo, associado ao uso de medicamentos contendo

somente progestógeno. De modo geral, os fatores de risco reconhecidos para
tromboembolismo venoso (TEV) incluem histórico pessoal ou familiar positivo
(TEV em um irmão ou parente em idade relativamente jovem), idade, obesidade,
imobilização prolongada, cirurgia de grande porte ou trauma extenso. Em caso
de imobilização prolongada, é recomendável descontinuar o uso de Allurene®
(no caso de cirurgia planejada, com pelo menos 4 semanas de antecedência) e
não retomar o tratamento até 2 semanas após a completa remobilização.

Deve-se considerar o risco aumentado de tromboembolismo no puerpério.

O tratamento deve ser interrompido imediatamente caso haja suspeita ou surjam
sintomas de evento trombótico venoso ou arterial.

Tumores
Uma meta-análise de 54 estudos epidemiológicos demonstrou que existe
pequeno aumento do risco relativo (RR = 1,24) para câncer de mama
diagnosticado em mulheres que estejam usando COCs, principalmente
medicamentos contendo a associação progestógeno-estrogênio. Este aumento
desaparece gradualmente nos 10 anos subsequentes à suspensão do uso do
COC. Uma vez que o câncer de mama é raro em mulheres com idade inferior a 40

anos, o aumento no número de diagnósticos de câncer de mama em usuárias
atuais e recentes de COCs é pequeno, se comparado ao risco total de câncer de
mama. Estes estudos não fornecem evidências de causalidade. O risco de ter
câncer de mama diagnosticado em usuárias de pílulas contendo somente

progestógeno é possivelmente de magnitude semelhante àquele associado ao
COC. No entanto, para medicamentos contendo somente progestógeno, a
evidência é baseada em populações de usuárias muito menores e, portanto, é

menos conclusiva do que para COCs. Estes estudos não fornecem evidência de
causa. O padrão observado de aumento de risco pode ser devido ao diagnóstico
precoce de câncer de mama em usuárias de COCs, aos efeitos biológicos dos
COCs ou à combinação de ambos. Os casos de câncer de mama diagnosticados
em usuárias de alguma vez de COCs tendem a ser clinicamente menos
avançados do que os diagnosticados em mulheres que nunca utilizaram COCs.

Em casos raros, tumores hepáticos benignos, e ainda mais raramente, tumores
hepáticos malignos foram relatados em usuárias de substâncias hormonais, tais
como a contida em Allurene®. Em casos isolados, estes tumores levaram a

hemorragias intra-abdominais com risco para a vida da paciente. A possibilidade
de tumor hepático deve ser considerada no diagnóstico diferencial em caso de
ocorrência de dor intensa no abdome superior, aumento do tamanho do fígado
ou sinais de hemorragia intra-abdominal em mulheres tomando Allurene®.

Alterações no padrão de sangramento
O tratamento com Allurene® afeta o padrão de sangramento menstrual na
maioria das mulheres (veja o item “Reações Adversas”).

Sangramento uterino, por exemplo em mulheres com adenomiose do útero ou
leiomiomatose uterina, pode ser agravado com o uso de Allurene® (dienogeste).
Se o sangramento for intenso e contínuo ao longo do tempo, pode levar à
anemia (grave em alguns casos). Nestes casos, deve-se considerar a
descontinuação de Allurene®.

Outras condições
Pacientes que apresentam histórico de depressão devem ser cuidadosamente
observados e o medicamento deve ser descontinuado em caso de agravamento
da depressão.

De modo geral, Allurene® parece não afetar a pressão arterial em mulheres
normotensas. Entretanto, caso hipertensão clinicamente significativa se
desenvolva e se mantenha durante o uso de Allurene®, recomenda-se
descontinuar o uso do medicamento e tratar a hipertensão.

Recorrência de icterícia colestática e/ou prurido ocorrido anteriormente durante
uma gravidez ou durante o uso anterior de esteroides sexuais requer a

descontinuação de Allurene®.

Allurene® pode apresentar leve efeito sobre a resistência periférica à insulina e
tolerância à glicose. Mulheres diabéticas, sobretudo aquelas com histórico de
diabetes melitus gestacional, devem ser cuidadosamente observadas durante o
uso de Allurene®.

Ocasionalmente pode ocorrer melasma/cloasma, principalmente em mulheres
com histórico de cloasma gravídico. Mulheres com tendência a
melasma/cloasma devem evitar exposição ao sol ou radiação ultravioleta

durante o tratamento com Allurene®.

Podem ocorrer folículos ovarianos persistentes (frequentemente referidos como
cistos ovarianos funcionais) durante o uso de Allurene®. A maioria destes

folículos é assintomática, embora alguns possam estar acompanhados de dor
pélvica.

Exames médicos
Deve-se obter histórico médico completo, bem como realizar exames físico e
ginecológico antes do início ou reinstituição do uso de Allurene®, considerando
os itens descritos em “Contraindicações” e “Advertências e Precauções”. Estes
acompanhamentos devem ser repetidos regularmente durante o uso de
Allurene®. A frequência e a natureza destas avaliações devem ser
individualizadas para cada mulher, mas em geral, devem incluir atenção especial
à pressão arterial, mamas, abdome e órgãos pélvicos, incluindo citologia
cervical.


Gravidez
Há dados limitados do uso de dienogeste em mulheres grávidas. Estudos em
animais e dados obtidos em mulheres expostas ao dienogeste durante a
gestação não revelaram riscos especiais sobre a gravidez, desenvolvimento
embrionário/fetal, nascimento ou desenvolvimento pós-natal para humanos (veja
o item “Dados pré-clínicos de segurança”). Entretanto, Allurene® não deve ser
administrado a mulheres grávidas uma vez que não há necessidade de tratar a
endometriose durante a gravidez.

Categoria B ­ “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas
sem orientação médica ou do cirurgião-dentista”

Lactação

A administração de Allurene® durante a lactação não é recomendada.
Propriedades físico-químicas e dados de animais indicam que o dienogeste é
excretado no leite materno. Deve-se optar por descontinuar a amamentação ou o

tratamento com Allurene® levando-se em consideração os benefícios da
amamentação para a criança e os da terapia para a mulher.

Fertilidade
Com base nos dados disponíveis, a ovulação é inibida na maioria das pacientes
durante o tratamento com Allurene®. Entretanto, Allurene® não é um
contraceptivo.

Caso seja necessário prevenir a gravidez, deve-se utilizar um método
contraceptivo não-hormonal.


Com base nos dados disponíveis, o ciclo menstrual retorna ao normal dentro de
2 meses após o término do tratamento com Allurene®.

Efeitos na habilidade de dirigir veículos e operar máquinas
Não são conhecidos.

6.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Efeitos de outros medicamentos sobre Allurene® (dienogeste)

– Indutores ou inibidores enzimáticos individuais (citocromo P450)

Os progestógenos, incluindo o dienogeste, são metabolizados, principalmente
pelo sistema do citocromo P450 3A4 (CYP 3A4) localizado na mucosa intestinal e
no fígado. Portanto, indutores ou inibidores do CYP3A4 podem afetar o
metabolismo do progestógeno.


Uma depuração aumentada de hormônios sexuais devido à indução enzimática
pode reduzir o efeito terapêutico de Allurene® (dienogeste) e pode resultar em

reações adversas, como, por exemplo, alterações no perfil de sangramento
uterino.

Uma depuração reduzida de hormônios sexuais devido à inibição enzimática
pode aumentar a exposição ao dienogeste e resultar em reações adversas.

– Substâncias com propriedades de indução enzimática
Podem ocorrer interações com outros medicamentos (por exemplo, fenitoína,
barbitúricos, primidona, carbamazepina, rifampicina e possivelmente também
com oxcarbazepina, topiramato, felbamato, griseofulvina, nevirapina e produtos

contendo erva-de-São João) que induzem enzimas microssomais (por exemplo,
enzimas do citocromo P450) e que podem resultar em depuração aumentada de
hormônios sexuais.

De modo geral, não se observa indução enzimática máxima já dentro 2 a 3
semanas, mas pode ser mantida por pelo menos 4 semanas após o término da
terapia.

O efeito indutor da rifampicina sobre o CYP3A4 foi estudado em mulheres sadias
na pós-menopausa. A coadministração de rifampicina com comprimidos de

valerato de estadiol/dienogeste levou a diminuições significativas das
concentrações no estado de equilíbrio e exposições sistêmicas do dienogeste. A
exposição sistêmica ao dienogeste no estado de equilíbrio, medida pela (área
sob a curva, 0 ­ 24h), foi diminuída em cerca de 83%.


– Substâncias com propriedades de inibição enzimática
Inibidores conhecidos do CYP3A4 como antifúngicos azólicos (por exemplo,

cetoconazol, itraconazol, fluconazol), cimetidina, verapamil, macrolídeos (por
exemplo, eritromicina, claritromicina e roxitromicina), diltiazem, inibidores da
protease (por exemplo, ritonavir, saquinavir, indinavir, nelfinavir), anti-
depressivos (por exemplo, nefazodona, fluvoxamina, fluoxetina) e suco de
toronja podem aumentar os níveis plasmáticos de progestógenos e resultar em
reações adversas.

Em um estudo investigando o efeito dos inibidores do CYP3A4 (cetoconazol,
eritromicina) sobre a combinação de valerato de estradiol/dienogeste, os níveis
plasmáticos de dienogeste no estado de equilíbrio foram aumentados. A

coadministração com o potente inibidor cetoconazol, resultou em um aumento
de 186% da AUC (0 ­ 24 h) no estado de equilíbrio, para dienogeste. Quando
coadministrado com o inibidor moderado eritromicina, a AUC do dienogeste no
estado de equilíbrio foi aumentada cerca de 62%. A relevância clínica destas
interações é desconhecida.

Efeitos do dienogeste sobre outros medicamentos
Com base em estudos de inibição in vitro, é improvável que haja interação
clinicamente relevante entre Allurene® e o metabolismo de outros medicamentos
mediado pela enzima do citocromo P450.

Deve-se consultar também as informações contidas na bula do medicamento
utilizado concomitantemente, para verificar possíveis interações.

Interações com alimentos

Uma refeição padronizada com alto teor de gordura não afetou a
biodisponibilidade de Allurene®.

Outras formas de interação
O uso de progestógenos pode influenciar os resultados de certos exames
laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos do fígado, tireoide, função renal
e adrenal, níveis plasmáticos de proteínas (carreadoras), por exemplo, frações
lipoproteicas/lipídicas, parâmetros do metabolismo de carboidratados e
parâmetros da coagulação e fibrinólise. De modo geral, as alterações
permanecem dentro da faixa laboratorial normal.

7.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO DO MEDICAMENTO
Allurene® (dienogeste) deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15°C e
30°C).
Este medicamento tem validade de 18 meses a partir da data de sua fabricação.

“Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.”
“Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua
embalagem original.”

Allurene® é um comprimido redondo, branco a quase branco.

“Antes de usar, observe o aspecto do medicamento.”
“Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.”

8.
POSOLOGIA E MODO DE USAR
Método de administração

Uso oral

A ingestão dos comprimidos de Allurene® pode ser iniciada em qualquer dia do ciclo
menstrual.

A dose de Allurene® é de um comprimido por dia sem intervalo de pausa, tomado,
preferencialmente, no mesmo horário todos os dias, com um pouco de líquido, se
necessário. Os comprimidos devem ser tomados continuamente, independentemente
de sangramento vaginal. Ao término de uma cartela, a próxima deve ser iniciada, sem
interrupção.

A eficácia de Allurene® pode estar reduzida em caso de esquecimento da tomada de
comprimidos, vômito e/ou diarreia (se ocorrer dentro de 3 a 4 horas após a ingestão de
um comprimido). Em caso de comprimido(s) esquecido(s), a mulher deve tomar
apenas um comprimido, assim que se lembrar e continuar no dia seguinte a tomar os
comprimidos no horário habitual. Um comprimido não absorvido devido a vômito ou
diarreia deve ser igualmente substituído por outro comprimido.

Informações adicionais para populações especiais

– População pediátrica
Allurene® não é indicado para crianças e jovens antes da menarca. A segurança e
eficácia de Allurene® em adolescentes (menarca a 18 anos) não foi estabelecida.

– População geriátrica
Não há indicação relevante para o uso de Allurene® na população geriátrica.

– Pacientes com alteração hepática
Allurene® é contraindicado em pacientes com presença ou histórico de doença
hepática grave (veja o item “Contraindicações”).

– Pacientes com alteração renal
Não há dados que sugiram a necessidade de ajuste de dose em pacientes com
alteração renal.

9.
REAÇÕES ADVERSAS
As reações adversas são mais frequentes durante os primeiros meses após o
início da ingestão de Allurene® e diminuem ao longo do tratamento. As
seguintes reações adversas foram relatadas em usuárias de Allurene®.

As reações adversas relatadas mais frequentemente durante o tratamento com
Allurene® que foram consideradas pelo menos possivelmente relacionadas à
Allurene® foram: cefaleia (9,0%), desconforto nas mamas (5,4%), humor
deprimido (5,1%) e acne (5,1%).

I distúrbios do sono consistem em distúrbio do sono (5; 1,5%), insônia (2; 0,6%)
II dor abdominal consiste em dor no abdome (5; 1,5%), dor no abdome inferior (5;
1,5%), dor no abdome superior (2; 0,6%).
III inflamação gastrintestinal consiste de inflamação gastrintestinal (1; 0,3%),
gastrite (1; 0,3%)
IV infecção do trato urinário consiste em infecção do trato urinário (1; 0,3%),
cistite (1; 0,3%)
V desconforto das mamas consiste em desconforto das mamas (11; 3,3%),
ingurgitamento das mamas (4; 1,2%), dor nas mamas (3; 0,9%)
VI cisto ovariano consiste em cisto ovariano (9; 2,7%), cisto ovariano
hemorrágico (1; 0,3%)
VII sangramento vaginal/uterino incluindo gotejamento consiste de sangramento
uterino disfuncional (1; 0,3%), metrorragia (1; 0,3%), menorragia (1; 0,3%),
hemorragia uterina (1; 0,3%), hemorragia vaginal (1; 0,3%)
VIII de acordo com os registros de sangramento, ocorreram irregularidades no
sangramento menstrual mais frequentemente, mas de modo geral, não foram
relatados como reação adversa pelas pacientes. Vide texto abaixo da tabela para
mais informações.
IX ressecamento vulvovaginal consiste de ressecamento vulvovaginal (2; 0,6%),
ressecamento da mucosa (1; 0,3%)
X corrimento genital consiste de corrimento genital (1; 0,3%) e corrimento
vaginal (1; 0,3%)

XI condições astênicas consistem em fadiga (6; 1,8%), astenia (2; 0,6%), mal-estar
(2; 0,6%)
XII edema consiste de edema (1; 0,3%), edema facial (1; 0,3%)

Irregularidades do sangramento uterino
Os padrões de sangramento menstrual foram avaliados sistematicamente
utilizando os diários das pacientes, e foram analisados utilizando o método do
período de referência de 90 dias (OMS). Durante o primeiro período de referência
(por exemplo, primeiros 90 dias de tratamento com Allurene®): os seguintes
padrões de sangramento foram observados (n = 290; 100%): amenorreia (1,7%),
sangramento pouco frequente (27,2%), sangramento frequente (13,4%),
sangramento irregular (35,2%), sangramento prolongado (38,3%), sangramento
normal, isto é, nenhuma das categorias anteriores (19,7%)XIII. Durante o quarto

período de referência os seguintes padrões de sangramento foram observados
(n = 149; 100%): amenorreia (28,2%), sangramento pouco frequente (24,2%),
sangramento frequente (2,7%), sangramento irregular (21,5%), sangramento
prolongado (4,0%), sangramento normal, isto é, nenhuma das categorias
anteriores (22,8%) XIII. Alterações nos padrões de sangramento menstrual foram
relatados apenas ocasionalmente como reações adversas pelas pacientes (veja
Tabela 1).

XIII Totaliza mais de 100% porque uma paciente pode ser enquadrada em mais de
uma categoria simultaneamente, por exemplo “sangramento frequente” e

“sangramento irregular”.

“Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham
indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado

corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos.
Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em
Vigilância Sanitária ­ NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a

Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.”

10.
SUPERDOSE
Estudos de toxicidade aguda realizados com Allurene® não indicaram risco de efeitos
adversos agudos em caso de ingestão inadvertida de múltiplas doses terapêuticas
diárias. Não há antídoto específico. Vinte a 30 mg de dienogeste por dia (dose 10 a 15
vezes mais elevada do que Allurene®) por mais de 24 semanas de uso foram muito
bem toleradas.

“Em caso de intoxicação, ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais

orientações.”

MS – 1.7056.0088
Farm. Resp.: Dra. Dirce Eiko Mimura
CRF-SP n° 16532

Fabricado por:
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Weimar – Alemanha

Importado por:
Bayer S.A.
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Venda sob prescrição médica

Esta bula foi aprovada pela ANVISA em 21/11/2011.

VE0211-CCDS4

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