Princípio ativo: lanolina
MILLAR® – Lanolina Anidra Pura
Resumo Executivo
A amamentação é um evento especial na vida da mulher e da criança, e de fundamental importância para o saudável crescimento e desenvolvimento da criança, além dos benefícios para saúde física e bem-estar maternos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos de idade ou mais.12 Entretanto, muitas vezes esse tempo de aleitamento materno é difícil de ser alcançado.
Algumas intercorrências podem influenciar negativamente a lactação e, se não houver uma pronta intervenção, tornam-se motivos para o desmame precoce. Entre esses fatores, um dos mais frequentes é a ocorrência de fissuras mamárias.7
As fissuras mamárias podem ser prevenidas através da manutenção de técnicas adequadas de amamentação e manutenção da hidratação e elasticidade dos mamilos.19 Após estabelecidas, é necessária rápida intervenção para acelerar o processo de cicatrização e evitar a progressão das mesmas, além de atuação no sentido de evitar o surgimento de novas fissuras.10
Nesse sentido, o Aché Laboratórios Farmacêuticos elaborou o Millar®, um produto composto por lanolina anidra pura, visando a proteção da mama durante esse período tão especial que é a amamentação, oferecendo a eficácia e segurança que um produto deve ter quando cuida da mãe e do recém-nascido através da amamentação.
O Millar® é constituído por lanolina anidra pura, indicado para uso nas mamas no período pré-amamentação (pré-natal) e, especialmente, também durante a amamentação, com função de hidratação da pele do mamilo e aréola, mantendo assim sua integridade funcional e também criando ambiente propício para a reepitelização de eventuais lesões decorrentes dos traumas da amamentação.14
Não há necessidade de retirada do produto antes da amamentação, já que este não é absorvido e não é tóxico. Deve-se retirar apenas o excesso do produto, se necessário, apenas com água.14
A lanolina anidra pura do Millar® apresenta propriedades comprovadas de hidratação e emoliência.19 Quando aplicada no mamilo após danos causados pela amamentação, gera uma barreira hidratante semi-oclusiva, que evita a desidratação da pele danificada, permitindo que as células epiteliais migrem para o reparo da lesão, evitando a formação de crosta ressecada que impede a migração celular, acelerando o processo cicatricial. Além disso, ao redor do tecido danificado, mantém a pele hidratada, protegendo-a de futuros danos e fortalecendo o estrato córneo em sua reestruturação para normalidade.7
Benefícios da Amamentação
Amamentar é muito mais que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado até os dois anos de idade ou mais.12
Já estão devidamente comprovados os diversos benefícios do aleitamento materno, entre eles:1
Diminuição da mortalidade infantil;
Diminuição da incidência de patologias como diarreias e infecções respiratórias;
Diminuição da ocorrência de alergias;
Diminuição de ocorrência futura de hipertensão, diabetes e colesterol alto;
Redução dos riscos de obesidade;
Efeito positivo no desenvolvimento cognitivo da criança;
Melhora no desenvolvimento da cavidade oral, influenciando diretamente em processos como a fala, a deglutição, a mastigação e a respiração.
Efeito protetor contra câncer de mama e ovário;
Diminuição de sangramento pós-parto, evitando assim hemorragias e anemia.
Promoção de vínculo afetivo entre mãe e filho;
Melhora da qualidade de vida;
Menores custos financeiros.
Apesar de todas as evidências científicas comprovando a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentação da criança pequena e apesar dos esforços de diversos organismos nacionais e internacionais, as taxas de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém do recomendado.
Alguns problemas enfrentados pelas nutrizes durante o aleitamento materno, se não forem prontamente identificados e tratados, podem constituir importantes causas de interrupção precoce da amamentação.
Nesse sentido, o Aché Laboratórios Farmacêuticos elaborou Millar5, um produto visando a proteção da mama durante esse período tão especial, com base na importância da amamentação, na segurança que um produto deve oferecer quando cuida da mãe e do recém-nascido através da amamentação e na eficácia que um produto deve ter para auxiliar num momento de carinho como esse, a lactação.
Lactação
Fisiologia
A lactação é o evento final do ciclo gravídico-puerperal. A mama, na gravidez, é preparada para a amamentação (mamogênese) sob a ação de diferentes hormônios. Os mais importantes são o estrogê-nio e a progesterona, que são responsáveis pelo desenvolvimento final e amadurecimento dos duetos e lóbulos mamários. Outros hormônios também estão envolvidos na mamogênese, tais como o hormônio lactogênio placentário, a prolactina e a gonadotrofma coriônica. Apesar da secreção de prolactina estar muito aumentada na gestação, a mama não secreta leite nesse período graças a seu bloqueio pelos hormônios produzidos pela placenta.1
Com o nascimento da criança e a dequitação placentária, ocorre a queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos de progesterona, com consequente liberação da ação da prolactina na mama, iniciando assim o período chamado de lactogênese.
A produção do leite, logo após o nascimento da criança, é controlada principalmente pela prolactina e ocitocina, e a apojadura ou "descida do leite", que costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia pós-parto, ocorre mesmo sem o estímulo da sucção da criança.1
A prolactina vai atuar nos alvéolos mamários, estimulando a produção do leite. A ocitocina, liberada durante a sucção, tem a capacidade de contrair as células mioepiteliais que envolvem os alvéolos mamários, expulsando o leite neles contido (processo chamado de galactocinese).1
Após a apojadura, inicia-se a fase de galactopoiese, ou seja, manutenção da produção do leite. Essa fase, que se mantém por toda a lactação, depende principalmente da sucção do bebê e do esvaziamento da mama.
Quando, por qualquer motivo, o esvaziamento das mamas é prejudicado, pode haver diminuição na produção do leite, por inibição mecânica e química. O leite contém os chamados "peptídeos supressores da lactação", que são substâncias que inibem a produção do leite. A sua remoção contínua com o esvaziamento da mama garante a reposição total do leite removido.
Grande parte do leite de uma mamada é produzida enquanto a criança mama, sob o estímulo da pro-lactina. A ocitocina, liberada principalmente pelo estímulo provocado pela sucção da criança, também é disponibilizada em resposta a estímulos condicionados, tais como visão, cheiro e choro da criança, e a fatores de ordem emocional, como motivação, autoconfiança e tranquilidade.
Por outro lado, a dor, o desconforto, o estresse, a ansiedade, o medo, a insegurança e a falta de autoconfiança podem inibir a liberação da ocitocina, prejudicando a saída do leite da mama.
Intercorrências na Lactação
Algumas intercorrências podem influenciar negativamente a lactação e, se não houver uma pronta intervenção, podem ser motivos para o desmame precoce.
Entre essas intercorrências podemos ter: ingurgitamento mamário, traumas e fissuras mamilares, bloqueio de dueto lactífero, infecções mamárias (mastites puerperais) e baixa produção de leite.Todas essas intercorrências têm a sua origem e agravamento em condições que levam a um esvaziamento mamário inadequado. Assim, má técnica de amamentação, mamadas infrequentes e em horários pré-determinados, uso de chupetas e de complementos alimentares constituem importantes fatores que podem predispor ao aparecimento de complicações da lactação.
Nessas condições, o manejo adequado é imprescindível para manutenção da lactação. Para a abordagem dos fatores que dificultam o esvaziamento adequado das mamas, há medidas específicas que devem ser realizadas.3
Fissuras Mamárias
Aspectos Gerais
Um dos maiores problemas durante a lactação é a ocorrência de dor e fissuras, representando um obstáculo ao sucesso da amamentação, levando à diminuição da produção láctea.4 Além disso, decorrente da dor, ocorre a inibição do reflexo de ejeção de leite, diminuindo a saída de leite para a criança, levando-a a exercer maior força de sucção para obter o leite, aumentado assim ainda mais o risco de traumas no mamilo.5 Geralmente a dor mamilar se inicia no segundo dia pós-parto, decorrente dos traumas da sucção, e aumenta entre o terceiro e quinto dias, podendo evoluir com fissuras e/ou cicatrização.6 Na literatura, a incidência de fissuras é reportada em 80 a 95% das nutrizes.7
Dentre as etiologias da fissura mamilar estão: posição de amamentação e pega inadequadas; ingurgitamento mamário; lavagens repetidas do mamilo, principalmente com sabão; irritação mamilar decorrente do uso de cremes; e infecções.8
Prevenção
Medidas preventivas para evitar o surgimento de fissuras e dor incluem:19 « Técnica adequada de amamentação;
* Amamentação em livre demanda;
« Evitar ingurgitamento mamário;
« Ordenha manual da aréola antes da mamada se ela estiver ingurgitada, o que aumenta a sua flexibilidade, permitindo pega adequada;
* Condicionamento pré-natal;
* Manutenção da hidratação e elasticidade mamilares.
Tratamento
A correção do fator gerador ou predisponente da fissura deve sempre ser realizada, com especial atenção à correção da técnica de amamentação e pega adequadas.
Diversas opções vêm sendo estudadas no tratamento das fissuras mamárias, em especial substâncias com propriedades emolientes e cicatrizantes. Infelizmente, a comprovação científica de efetividade de muitas delas permanece questionável.
O uso da lanolina anidra pura, como Millar®, tem sido indicado como auxiliar tanto na prevenção quanto no auxílio do tratamento das fissuras mamilares durante a amamentação, por promover a emoliência, hidratação e auxílio na cicatrização cientificamente comprovados.4 A lanolina demonstrou efeito positivo no alívio da dor na amamentação, proteção contra o dano mamilar, diminuição do tempo de cicatrização das fissuras e melhora das condições mamilares em 93,3% das mulheres.7-1011
Além disso, os mamilos traumatizados podem rapidamente ser infectados por fungos ou bactérias, retardando ainda mais a cicatrização e propiciando o desenvolvimento de mastite. Dessa maneira, a cicatrização efetiva associada à correção das técnicas de amamentação deve ocorrer antes do surgimento de maiores complicações.10
A lanolina é um sólido leve e maleável, também chamada de"Gordura da Lã"("Lanolin"em inglês, contração das palavras latinas"lana", que significa lã, e"oleum", que significa óleo), que apresenta propriedades emolientes, utilizada para os cuidados com a pele há pelo menos dois milênios. É uma matéria de origem animal, derivada da secreção das glândulas sebáceas da ovelha, com função de proteger a lã; que é atualmente submetida a rigoroso processo de refino e purificação (eliminação de pesticidas) para então ser utilizada.2 A denominação "Gordura da Lã"é errônea, uma vez que a lanolina não contém glicerídeos e sim vários ésteres e hidro-ésteres em combinação.2 Apresenta várias similaridades físico-químicas com os lipídios da pele humana, sendo, portanto, muito utilizada como emoliente e na base de cremes de aplicação tópica.3
O Millar® é constituído por lanolina anidra pura e indicado para uso nas mamas no período pré-amamentação (pré-natal) e, especialmente, também durante a amamentação, com função de hidratação da pele do mamilo e aréola, mantendo assim sua integridade funcional e também criando ambiente propício para a reepitelização de eventuais lesões decorrentes dos traumas da amamentação.4
A lanolina anidra foi criada especialmente para o uso durante a amamentação. É altamente purificada e refinada, removendo as impurezas e componentes alér-genos. A lanolina anidra pura não precisa ser retirada antes da amamentação, reduzindo riscos de maiores traumas e ressecamento mamilar por lavagens repetidas, além de não haver relatos de toxicidade para a criança.71516
Durante o rigoroso processo de refinação a que é submetida a lanolina que constitui o Millar®, ocorre redução e remoção dos potenciais pesticidas presentes, encontrando-se o produto dentro das mais rigorosas normas das Farmacopeias Americana e Europeia. Os estudos demonstram que o nível de pesticidas encontrados na lanolina ultrapura é seguro, não tendo implicações sobre a saúde dos recém-nascidos em amamentação nas mães que utilizaram o produto nas mamas. O nível de pesticidas organoclorados encontrado no leite materno por origens desconhecidas é ainda maior do que o observado na lanolina, demonstrando a insignificância deste pesticida no produto.1718
Mecanismo de Ação
As propriedades de umificação e hidratação da lanolina já estão bem documentadas. A lanolina espontaneamente emulsifica a água e pode agregar até 200% do seu peso em água, atuando como um hidra-tante in vivo.9 De fato, o poder emoliente da lanolina é em parte atribuído a essa característica hidratante, que complementa a água presente na epiderme. A emoliência da lanolina atinge efeito máximo entre 2 e 4 horas após a aplicação e tem efeito duradouro por mais de 8 horas.20
Em estudo realizado por Clark, demonstrou-se que a lanolina penetra através do estrato córneo pelos espaços intercelulares até o estrato granuloso, onde atrai água na forma de pequenas gotas. Dessa maneira, a lanolina atua como uma esponja, mantendo a água nas camadas mais profundas, de onde pode ser liberada para o estrato córneo desidratado quando necessário, diminuindo a tendência de fissuras na pele.2 22
A lanolina também tem o efeito de criar uma barreira semipermeável (parcialmente oclusiva) na pele, de cerca de 50 pm, reduzindo a perda de água transepidérmica em 22 a 32%.23
A formação desse filme semipermeável é importante para restauração da função de barreira da pele e na cicatrização.24
Mecanismos de Ação de Millar
Propriedades de umidificação e hidratação da lanolina;
Formação de filme semipermeável – importante para a restauração da função de barreira da pele e cicatrização.
Em estudo realizado por Chvapil e colaboradores, observou-se que creme à base de lanolina aumentou as taxas de cicatrização epitelial em 35%, provavelmente pela criação de um ambiente mais úmido e propício para cicatrização.25
A lanolina anidra pura, quando aplicada no mamilo após danos causados pela amamentação, gera uma barreira hidratante semioclusiva, que evita a desidratação da pele danificada, permitindo que as células epiteliais migrem para o reparo da lesão e evitando a formação de crosta ressecada que impede a migração celular, acelerando o processo cicatricial. Além disso, ao redor do tecido danificado, mantém a pele hidratada, protegendo-a de futuros danos e fortalecendo o estrato córneo em sua reestruturação para normalidade.7
Farmacocinética
A lanolina é um produto de aspecto sólido-pastoso, amarelo, sem odor ou sabor, insolúvel em água, mas se mistura a ela sem separação e consegue agregar até duas vezes seu peso em água.626
A estrutura química da lanolina foi descrita por Barnett em 1986, sendo constituída por uma mistura complexa de ésteres, diésteres, hidroésteres, álcoois da lanolina e ácidos da lanolina.27 Como a lanolina permanece nas camadas superficiais da epiderme, não havendo penetração em camadas mais profundas ou absorção da mesma, não há dados referentes ao pKa, meia-vida, volume de distribuição, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação.28
Estudos Clínicos
Estudo incluindo 15 voluntários sadios utilizando lanolina demonstrou que a mesma não interfere negativamente na cicatrização de feridas. Nesse estudo, foram realizadas feridas através de três biópsias
de 3 mm em cada paciente, aplicados 5 mg de lanolina a seguir e avaliadas após 24,48 e 72 horas, através de escore de análise visual, avaliando exsudato, inflamação e formação de crosta. Após a avaliação clínica foi realizada biópsia de 6 mm em 5 pacientes para completa remoção da área em cicatrização e estudo anátomo-patológico. Concluiu-se que as feridas tratadas estavam realmente hidratadas, sem ressecamento ou crostas e sem interferência no processo de cicatrização normal.29
Estudo de avaliação clínica da compatibilidade cutânea do Millar® foi realizado em dez voluntários saudáveis, duas vezes ao dia por cinco dias seguidos, sendo o próprio paciente seu controle. Os resultados demonstraram que o produto tem compatibilidade cutânea muito boa, com ausência de sensações do tipo desconforto ou reações adversas.30
Outro estudo realizado em 50 voluntários saudáveis com o próprio produto Millar® demonstrou compatibilidade cutânea primária e cumulativa muito boas e ausência de potencial alergênico.31
Em estudo realizado por Petersen com 42 voluntários saudáveis, evidenciou-se que a hidratação após aplicação de produto composto por lanolina durou dois dias após a aplicação, em comparação com produto a base de petrolato que durou apenas 10 horas, sendo a hidratação avaliada através de espectrofoto-metria optotérmica infravermelha. A lanolina demonstrou-se mais eficaz que o petrolato na hidratação do estrato córneo, com aumento da hidratação em 35%.32
O efeito de auxílio da reparação da função de barreira da pele já foi estudado e demonstrou-se superior ao das ceramidas, glicerol e petrolato. Em concentração de 3% da lanolina em veículo inerte,
demonstrou-se efeito similar aos dos lipídios fisiológicos (ceramidas, colesterol e ácidos graxos) e, em concentrações de 15%, os resultados tiveram o dobro de eficácia.24
Estudo randomizado e controlado avaliando a segurança e eficácia do uso de lanolina associada a conchas mamárias em 21 nutrizes versus tratamento com curativos oclusivos de higrogel em outras 21 nutrizes, observou que no grupo que utilizou a lanolina houve maior redução dos escores de dor à amamentação e melhores taxas clínicas de cicatrização, havendo significativamente menores taxas de mastite nesse grupo.0
Em estudo com 287 mulheres em amamentação realizado por Newton e colaboradores, comparando o uso de sabonete líquido, água, álcool, lanolina, concentrado de vitaminas A e D ou unguento de vitaminas A e D aplicados antes da amamentação, observou-se que nos grupos em uso de lanolina ou vitaminas A e D houve manutenção da dor à amamentação, porém com redução do trauma mamilar.5
Outro estudo avaliando o uso de lanolina pura em comparação com o leite/colostro aplicado nos mamilos em 150 mulheres australianas em amamentação que já apresentavam fissuras demonstrou que a lanolina purificada diminuiu o tempo de cicatrização, sem efeitos colaterais apresentados, sem complicações ou efeitos adversos.33
O uso de lanolina associado a conchas (grupo 1) foi comparado à utilização de glicerina (Soothies) em gel (grupo 2) e à realização de educação e correção das técnicas de amamentação sem aplicação de nenhum produto (grupo 3), sendo que a educação e orientações também eram realizadas nos demais
grupos, em estudo realizado por Cadwell e colaboradores, com total de 95 mulheres randomizadas entre os três grupos. A dor à amamentação foi avaliada através de escala de dor verbal com cinco pontos e as fissuras foram avaliadas através de fotografias nas visitas por profissionais de saúde. Em todos os grupos houve melhora do padrão de dor após as intervenções. A escala de dor média foi menor no grupo que usou a lanolina, porém sem diferença estatisticamente significativa (p>0,05). As condições do mamilo também foram melhores no grupo que usou a lanolina, também sem diferença estatisticamente significativa. No grupo que utilizou a lanolina houve melhora das condições do mamilo em 93,3% das mulheres."
Estudo foi realizado por Spangler e colaboradores com 50 pacientes em amamentação, sendo realizada a aplicação de lanolina anidra purificada após cada mamada em uma das mamas e sendo a mama contra-lateral (sem uso de nenhum produto) o controle intra-individual, nos primeiros dez dias de amamentação. Demonstrou-se que o uso de lanolina anidra modificada é útil no alívio da dor/danos mamilares, principalmente entre o sexto e décimo dias pós-parto.34
Informações para Prescrição
A lanolina anidra pura Miilar® deve ser aplicada nas mamas e mamilos quantas vezes forem necessárias, no período pré-amamentação (pré-natal) e, especialmente, durante a amamentação, orientando-se principalmente o seu uso após as mamadas, permitindo assim maior duração de ação do produto na pele do mamilo e aréola. Não há necessidade de retirada do produto antes da amamentação, já que este não é absorvido e não é tóxico. Deve-se retirar o excesso do produto, se necessário, apenas com água.14
Conclusões
Os lipídios intercelulares da epiderme formam uma barreira semipermeável estruturada, auxiliando no controle da hidratação e na função de barreira da pele.35 A lanolina presente no Millar® apresenta inúmeras similaridades físico-químicas com o estrato córneo lipídio humano. Ambos contêm colesterol, ácidos graxos, ésteres do colesterol, hidrocarbonos e ambos existem em fase sólida e líquida na temperatura corpórea. Tais similaridades tornam a lanolina tão eficiente como emoliente. A absorção da lanolina pelo estrato córneo já foi demonstrada, assim como a penetração na epiderme até o estrato granuloso.12222429
O Millar®, lanolina ultrapura modificada, apresenta como propriedades características: hidratação sustentada e duradoura, auxílio no restabelecimento das funções de barreira da pele, hipoalergenicidade, absorção de água, ação de penetração profunda, auxílio na reepitelização e reparação da derme.19
A hidratação tem papel importante na cicatrização, inclusive na mama. A reepitelização, reparação dérmica e angiogênese sabidamente ocorrem mais rapidamente sob condições de hidratação e umidade.3 Em estudo realizado com
a lanolina, não houve interferência adversa dessa nos processos envolvidos na cicatrização normal em estudo em humanos e houve aumento das taxas de cicatrização epitelial em 35%.2529 Além disso, a lanolina atua como barreira para infecção secundária, permite a permeabilidade de vapores bidirecional, favorece a umidade e é livre de partículas ou contaminantes tóxicos.24
Os benefícios da amamentação para as mães e para as crianças são bem documentados.
O uso de métodos que auxiliem e facilitem a manutenção da amamentação são de real importância tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. A orientação e a correção das técnicas de amamentação são fundamentais, mas não são, como medida isolada, suficientes. Dessa maneira, o uso de um produto como o Millar®, que possa diminuir a dor à amamentação e auxiliar na melhora das condições do mamilo, com segurança para a mãe e a criança, pode ser decisivo na manutenção do processo de amamentação.
Millar® – Sua paciente merece todo carinho na hora de amamentar.
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