Princípio ativo: citarabina
FAULDCITA
citarabina
Solução injetável 100 mg/mL
USO INTRAVENOSO E SUBCUTÂNEO USO ADULTO E PEDIÁTRICO
FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÕES
Solução injetável contendo 100 mg/mL.
Embalagens com 5 frascos-ampola com 5 mL (Fauldcita 500 mg) e com 1 frasco-ampola com 10 mL (Fauldcita 1g).
COMPOSIÇÃO
Cada frasco-ampola contém:
citarabina……………
veículos q.s.p……………
(ácido clorídrico, hidróxido de sódio e água para injeção)
USO RESTRITO A HOSPITAIS
Este medicamento é de uso restrito a hospitais e clínicas especializadas, devendo ser manipulado apenas por pessoal treinado. As ?Informações ao Paciente? serão fornecidas pelo médico assistente conforme necessário.
CUIDADOS DE ARMAZENAMENTO: conservar o medicamento em sua embalagem original em temperatura abaixo de 25°C, protegido da luz.
PRAZO DE VALIDADE: desde que respeitados os cuidados de armazenamento, o medicamento apresenta uma validade de 24 meses a contar da data de sua fabricação. Não devem ser utilizados medicamentos fora do prazo de validade, pois podem trazer prejuízos à saúde.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
MECANISMO DE AÇÃO E PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
Fauldcita é um medicamento antineoplásico citotóxico, cujo princípio ativo é a citarabina ou aracitidina (ara-C), um nucleosídeo sintético da pirimidina, que é convertido intracelularmente ao nucleotídeo trifosfato de citarabina. A citarabina, 4-amino-1-beta-D-arabinofuranosil-2-1H-pirimidinona, apresenta especificidade de fase celular, destruindo inicialmente as células que realizam síntese de DNA (fase S) e, sob certas condições, bloqueando a progressão das células da fase G1 para a fase S. Embora o mecanismo de ação não esteja completamente elucidado, o ponto primário de ação é a inibição da conversão da citidina em deoxicitidina. Relatou-se também uma incorporação limitada, mas significativa, da citarabina no DNA e no RNA. A citarabina produziu dano cromossômico extenso, incluindo quebras cromatoides e transformação maligna de células de roedores in vitro. A deoxicitidina evita ou retarda (mas não reverte) a atividade citotóxica. Estudos em culturas celulares mostraram um efeito antiviral. Entretanto, a eficácia contra herpes zoster ou varíola não foi demonstrada em estudos clínicos controlados. A citarabina é capaz de inibir a resposta imunológica no homem durante a administração, acompanhada de pequena ou nenhuma toxicidade. Demonstrou-se supressão de resposta de anticorpo ao antígeno E-coli-VI e toxoide tetânico. Essa supressão foi obtida durante resposta de anticorpo primária e secundária. A citarabina também suprimiu o desenvolvimento da resposta imune mediada por células, como a reação cutânea de hipersensibilidade tardia ao dinitroclorobenzeno. Entretanto, não houve efeito sobre as reações de hipersensibilidade tardias já estabelecidas. Após ciclos de cinco dias de tratamento intensivo com citarabina, a resposta imune foi suprimida, como indicam os seguintes parâmetros: ingresso de macrófagos em reações cutâneas; resposta de anticorpos circulantes após estímulo antigênico primário; blastogênese de linfócitos com fitohemaglutinina. Poucos dias após o término da terapia, houve um rápido retorno à normalidade.
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS
A citarabina é metabolizada através de quinases para nucleotídeo-trifosfato, um inibidor eficaz da DNA polimerase; é inativada por uma desaminase pirimidina-nucleosídeo, que a converte ao derivado uracil não tóxico. O balanço entre os níveis de quinase e desaminase pode ser um importante fator na determinação da sensibilidade ou resistência da célula à citarabina.
Em estudos experimentais em camundongos, a citarabina foi mais eficaz em tumores com alta fração de crescimento. O efeito foi dependente do esquema de tratamento; os efeitos ótimos foram alcançados quando o esquema terapêutico favoreceu o contato do fármaco com as células tumorais e quando o número máximo de células estava na Fase S susceptível. Os melhores resultados foram obtidos quando os ciclos terapêuticos foram separados por intervalos suficientes que permitiram a recuperação adequada do hospedeiro.
100 mg ….1mL
A toxicidade e a atividade da citarabina em animais experimentais são fortemente influenciadas pelo esquema de administração. Por exemplo, em camundongos, a DL10 na administração intraperitoneal única de citarabina é superior a 6.000 mg/m2. Quando a citarabina é administrada em oito doses, separadas por três horas, a DL10 é inferior à dose total de 750 mg/m2. Da mesma maneira, embora uma dose total de 1.920 mg/m2 administrada em 12 injeções com seis horas de intervalo tenha sido letal em cães beagle (hipoplasia severa da medula óssea com evidência de danos renal e hepático), cães recebendo a mesma dose total administrada em oito injeções (com intervalos de seis horas) por um período de 48 horas sobreviveram com sinais mínimos de toxicidade. A observação mais consistente nos cães sobreviventes foi a presença de níveis elevados de transaminase. Em todas as espécies experimentais, o efeito tóxico limitante principal foi supressão da medula óssea com leucopenia. Além disso, a citarabina provocou desenvolvimento cerebelar anormal no hamster recém-nascido e foi teratogênica para o feto do rato.
PROPRIEDADES FARMACOCINÉTICAS
A citarabina não é eficaz quando administrada via oral; menos de 20% da dose administrada é absorvida pelo trato gastrintestinal. Sua distribuição nos tecidos é ampla e rápida. Após injeção intravenosa rápida de citarabina marcada com trítio, o declínio nas concentrações plasmáticas é bifásico. Há uma fase inicial de distribuição com uma meia-vida de cerca de dez minutos, seguida por uma segunda fase de distribuição com uma meia-vida de uma a três horas. Após a fase de distribuição, mais de 80% da radioatividade plasmática pode ser representada pelo metabólito inativo 1-beta-D-arabinofuranosiluracil (ara-U). Dentro do período de 24 horas, cerca de 80% da radioatividade administrada podem ser recuperadas na urina, das quais aproximadamente 90% são excretadas como ara-U. Níveis plasmáticos relativamente constantes podem ser alcançados por infusão intravenosa contínua.
Após a administração subcutânea ou intramuscular de citarabina marcada com trítio, os picos plasmáticos de radioatividade são alcançados cerca de 20 a 60 minutos após a injeção e são consideravelmente mais baixos do que aqueles obtidos por administração intravenosa.
A citarabina é rapidamente metabolizada, principalmente pelo fígado, pela enzima citidina desaminase, dando origem ao seu metabólito inativo 1-beta-D-arabinofuranosiluracil; cerca de 70-80% do fármaco são excretados na urina em 24 horas; 90% como metabólito, 10% na forma de citarabina inalterada. A citarabina atravessa a barreira hematoencefálica de forma limitada. Níveis de citarabina no líquido cefalorraquidiano são baixos quando comparados aos níveis plasmáticos após injeção intravenosa única. Entretanto, na determinação dos níveis do fármaco no líquido cefalorraquidiano em um paciente após duas horas de infusão intravenosa constante, os níveis aproximaram-se de 40% do nível plasmático no estado de equilíbrio. Após administração intratecal da citarabina, seu metabolismo para ara-U no líquido cefalorraquidiano é negligenciável devido a menor atividade da citidina desaminase neste local. A meia-vida de eliminação da citarabina no líquido cefalorraquidiano é de aproximadamente duas horas.
INDICAÇÕES
A citarabina é indicada na indução da remissão da leucemia, particularmente nos casos de leucemia mieloide aguda, em adultos e crianças, podendo ser usada em monoterapia ou em combinação com outro agente quimioterápico.
A citarabina também é recomendada para o tratamento de leucemia linfocítica aguda, leucemia mieloide crônica e aguda, leucemia não linfoblástica, leucemia linfoblástica aguda, linfoma não Hodgkin e eritroleucemia, bem como tratamento de manutenção nos casos de leucemias meníngicas e outras neoplasias meníngicas.
CONTRAINDICAÇÕES
Fauldcita é contraindicada em pacientes com histórico de reações alérgicas graves à citarabina ou a qualquer componente da formulação. Pacientes com supressão na medula óssea induzida por medicamentos não devem utilizar citarabina, a menos que o tratamento seja considerado vital ao paciente. A citarabina também não deve ser administrada durante a gravidez ou lactação.
PRECAUÇÕES E ADVERTÊNCIAS
Cuidados de administração: Fauldcita pode ser administrada via subcutânea ou via intravenosa (por infusão ou em bolus). As soluções injetáveis de Fauldcita 500 mg/5 mL ou 1 g/10 mL são hipertônicas, não devendo portanto, serem administradas via intratecal. O uso da citarabina via intratecal pode causar toxicidade sistêmica, sendo recomendado cuidadoso monitoramento do sistema hematopoiético. Para administração via intratecal, a citarabina não deve ser diluída com soluções que contenham conservantes. Quando a citarabina é administrada por ambas vias intratecal e intravenosa, num curto período de tempo (poucos dias), existe elevado risco de toxicidade da medula espinal. Porém, em caso de risco de morte, o médico assistente deve realizar criteriosa avaliação ao utilizar a administração concomitante pelas vias intratecal e intravenosa. Dois pacientes com leucemia infantil mielogênica aguda que receberam citarabina nas doses convencionais por vias intratecal e intravenosa, além de diversos outros fármacos concomitantemente, desenvolveram paralisia ascendente progressiva tardia, ocorrendo morte de um desses pacientes. Reações alérgicas: foi relatado um caso de anafilaxia que resultou em parada cardiopulmonar aguda. Esse fato ocorreu imediatamente após a administração intravenosa de citarabina. Raramente foi relatado rash cutâneo grave levando à descamação.
Mielodepressão: a citarabina é um potente agente mielossupressor, e comumente produz leucopenia, trombocitopenia e anemia quando utilizada pela via sistêmica. Pacientes recebendo citarabina devem ser cuidadosamente monitorados. A contagem de leucócitos e plaquetas deve ser feita diariamente, assim como avaliações frequentes da medula óssea.
Recursos para o tratamento de eventuais complicações advindas da supressão da medula óssea devem estar prontamente à disposição dos pacientes. Como a citarabina é um potente supressor da medula óssea, a terapia deve ser iniciada com cautela em pacientes com supressão da medula óssea preexistente induzida por fármacos.
Diversos: outros possíveis efeitos adversos são náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, ulceração oral e disfunção hepática. Quando o medicamento é administrado rapidamente em altas doses por via intravenosa, os pacientes frequentemente sentem náuseas e podem vomitar por várias horas após a injeção. Essa reação pode ser menos grave se a citarabina for administrada em infusão contínua. Como outros fármacos citotóxicos, a citarabina pode induzir hiperuricemia secundária à rápida lise das células neoplásicas. Portanto, as concentrações séricas de ácido úrico devem ser monitoradas. Medidas farmacológicas podem ser necessárias para contornar o problema. Também são observadas comumente hipocalemia e hipocalcemia. Casos de pancreatite aguda foram associados à terapia com citarabina em pacientes tratados anteriormente com L-asparaginase. Recomenda-se a monitoração periódica das funções renal e hepática dos pacientes sob tratamento com citarabina.
Reações no local de aplicação: em alguns pacientes ocorreu tromboflebite no local da injeção ou da infusão; raramente foram relatadas dor e inflamação nos locais de aplicação com injeção subcutânea. O local de aplicação deve ser revezado entre as áreas com maior quantidade de gordura corporal, tais como abdômen, coxa e nádegas. Na maioria dos casos, o medicamento é bem tolerado. Os pacientes podem tolerar doses maiores de citarabina, quando administradas por injeção intravenosa rápida ao invés de infusão lenta. Este fenômeno está relacionado à rápida inativação da citarabina e a curta exposição das células normais e neoplásicas susceptíveis à níveis significativos do fármaco, após injeção rápida.
Carcinogênese, mutagênese e comprometimento da fertilidade: foram observados danos cromossômicos extensos, incluindo rupturas das cromátides e transformações malignas em culturas celulares de roedores produzidas pela citarabina.
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.
A citarabina mostrou ser teratogênica em algumas espécies de animais, causando desenvolvimento cerebelar anormal em hamsters neonatos e teratogênese em feto de ratos. Não existem estudos adequados e bem documentados sobre o uso da citarabina em mulheres grávidas. A citarabina pode causar aumento na incidência de malformação fetal e danos irreversíveis ao feto. Devido ao perigo potencial de anomalias durante a terapia citotóxica, principalmente durante o primeiro trimestre de gravidez, a paciente que estiver grávida ou engravidar durante o tratamento com citarabina deve ser orientada com relação ao risco potencial ao feto e a conveniência de continuidade da gravidez. Existe um risco definido, embora consideravelmente reduzido, se o tratamento for iniciado durante o segundo ou terceiro trimestres de gravidez. Embora tenham nascido crianças normais de pacientes tratadas com citarabina durante os três trimestres de gravidez, recomenda-se o acompanhamento dessas crianças. Não se sabe se a citarabina é excretada no leite materno. Devido ao risco potencial ao lactente, não é aconselhada a amamentação durante o tratamento com citarabina, devendo-se em casos mais extremos ser avaliado o risco/benefício do tratamento.
Uso pediátrico: a citarabina pode ser administrada em crianças, respeitando-se a posologia recomendada, e as advertências e precauções descritas para adultos.
Uso em pacientes idosos: os pacientes idosos são mais suscetíveis às reações tóxicas, devido à diminuição das funções renal e hepática. Por isso, deve-se ter cautela na administração de citarabina a pacientes idosos, principalmente com relação ao aparecimento de leucopenia, trombocitopenia e anemia.
Uso em pacientes com insuficiência renal e/ou hepática: pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina < 60 mL/min) apresentam maior risco de neurotoxicidade quando a citarabina é utilizada em altas doses. Este risco pode ser atenuado com o uso de doses reduzidas do fármaco, utilizando-se a medicação uma vez ao dia ao invés de múltiplas infusões ou modificando-se a dose baseado no cálculo do clearance diário da creatinina. Como o fígado metaboliza parte substancial da dose administrada de citarabina, recomenda-se a utilização de dose reduzida em pacientes com insuficiência hepática.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
A incidência e a gravidade da toxicidade hematológica induzida pela citarabina são potencializadas quando outros medicamentos mielossupressores são administrados concomitantemente. Foram observados decréscimos reversíveis nas concentrações plasmáticas no estado de equilíbrio da digoxina e na excreção renal de glicosídeos, em pacientes recebendo beta-acetildigoxina e esquemas quimioterápicos contendo ciclofosfamida, vincristina e prednisona com ou sem citarabina ou procarbazina. Não houve alterações aparentes nas concentrações plasmáticas de digitoxina no estado de equilíbrio. Portanto, recomenda-se monitoramento dos níveis plasmáticos de digoxina em pacientes recebendo esquemas quimioterápicos combinados similares ao acima descrito. A utilização de digitoxina por tais pacientes pode ser uma alternativa.
Um estudo de interação in vitro entre gentamicina e citarabina demonstrou um antagonismo relacionado à citarabina quanto à susceptibilidade de cepas de K. pneumoniae. Esse estudo sugere que, em pacientes tratados com citarabina e recebendo gentamicina devido a uma infecção por K. pneumoniae, a ausência de uma resposta terapêutica imediata pode indicar a necessidade de uma reavaliação do tratamento antibacteriano. A citarabina deve ser administrada com cautela em pacientes tratados anteriormente com L-asparaginase (vide ?Precauções e advertências?). A flucitosina não
deve ser administrada em associação com a citarabina. Evidências mostraram inibição da atividade antifúngica da flucitosina pela citarabina, possivelmente pela inibição competitiva de sua captação.
REAÇÕES ADVERSAS E ALTERAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS
Reações esperadas: a principal reação adversa observada durante a terapia com citarabina é a mielossupressão, manifestada através de anemia, megaloblastose, leucopenia, trombocitopenia e redução dos reticulócitos. A leucopenia é seguida principalmente de depressão nos granulócitos; os linfócitos são pouco afetados. A severidade dessas reações adversas é dependente da dose e do esquema posológico administrado. A incidência e a severidade da toxicidade hematológica são mínimas após uma única administração intravenosa de citarabina. Entretanto, a mielossupressão ocorre em quase todos os pacientes que receberam injeções intravenosas diariamente ou infusões contínuas do medicamento. Após infusões constantes por cinco dias ou injeções agudas de 50 mg/m2 a 600 mg/m2, a depressão dos leucócitos segue um curso bifásico. Independente da contagem inicial, nível posológico ou esquema terapêutico, existe uma queda inicial nas primeiras 24 horas, com nadir nos dias 7-9. Segue-se uma ligeira elevação que atinge seu pico próximo ao 12° dia. Uma segunda, e mais profunda queda, atinge seu nadir nos dias 15-24. Ocorre, então, uma rápida elevação acima da linha de base nos dez dias seguintes. A depressão plaquetária é notada em cinco dias, com o pico de depressão ocorrendo entre os dias 12-15. A partir desse momento, ocorre uma rápida elevação acima dos valores basais nos próximos dez dias.
Complicações infecciosas: infecções bacterianas, virais, fúngicas ou parasitárias, em qualquer local do corpo, podem estar associadas ao uso da citarabina isolada ou associada a outros agentes imunossupressores, após doses que afetem a imunidade celular ou humoral. Estas infecções podem ter intensidade leve ou grave e serem até mesmo fatais.
Síndrome da citarabina: esta síndrome caracteriza-se por febre, mialgia, dor óssea, ocasionalmente dor torácica, rash macropapular, conjuntivite e mal-estar. Geralmente ocorre entre seis e 12 horas após a administração da citarabina. Os corticosteroides mostraram-se benéficos no tratamento ou prevenção desta síndrome. Se os sintomas forem considerados tratáveis, o uso de corticosteroides deve ser considerado, assim como a continuação do tratamento com Fauldcita.
Reações adversas mais frequentes: febre, erupções, tromboflebite e disfunção hepática. Durante a terapia com citarabina, náuseas e vômitos podem ocorrer, sendo mais frequentes e graves após administração rápida do medicamento via intravenosa. Essa reação pode ser menos grave se o medicamento for administrado por infusão contínua. Outros efeitos no trato gastrintestinal incluem anorexia, diarreia, inflamação oral e anal ou ulceração.
Reações adversas menos frequentes: sepse, disfunção renal, dor abdominal, celulite no local da aplicação, pneumonia, neurite ou neurotoxicidade, esofagite, dor torácica, dores articulares, dor de garganta, ulceração cutânea e da mucosa, retenção urinária, ulceração esofágica, periocardite, necrose intestinal, pancreatite (em pacientes que receberam previamente asparaginase), cefaleia, urticária, sardas, icterícia, conjuntivite, tonturas, alopecia, anafilaxia, edema alérgico, prurido e dispneia.
Terapia com altas doses
Toxicidade pulmonar, gastrintestinal e do sistema nervoso central, grave, diferente daquela observada com os regimes terapêuticos convencionais de citarabina, e por vezes fatal, foi relatada após a administração de esquemas terapêuticos com altas doses de citarabina (2-3 g/m2). Estas reações incluem toxicidade córnea reversível e conjuntivite hemorrágica, que podem ser evitadas ou diminuídas com o uso profilático local de um colírio com corticosteroide; disfunção cerebral e cerebelar, geralmente reversível, incluindo alterações da personalidade, sonolência e coma, ulceração gastrintestinal grave, incluindo pneumatose cistoide intestinal, levando à peritonite, sepse e abscesso hepático; edema pulmonar, dano hepático com hiperbilirrubinemia; necrose intestinal e colite necrosante. Dois pacientes adultos com leucemia mielocítica aguda desenvolveram neuropatias periféricas motoras e sensoriais, após administração de altas doses de citarabina, daunorrubicina e asparaginase.
Pacientes tratados com altas doses de citarabina devem ser observados quanto a neuropatias, uma vez que pode ser necessário ajuste do esquema terapêutico para evitar distúrbios neurológicos.
Dez pacientes tratados com doses experimentais intermediárias de citarabina 1 g/m2 com e sem outros agentes quimioterápicos (meta-AMSA, daunorrubicina, VP-16) desenvolveram pneumonite intersticial difusa, sem causa evidente, que podem estar relacionadas à citarabina. Raramente foi relatado rash cutâneo grave, levando à descamação. A alopecia total é mais frequentemente observada quando se utilizam esquemas de altas doses de citarabina. Foram relatados casos de cardiomiopatia, com morte subsequente, após o uso de terapia experimental com altas doses de citarabina e ciclofosfamida na preparação para transplante de medula óssea. Esta reação pode ser dependente desse esquema terapêutico. Foram reportados casos de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), rapidamente progressiva após a administração experimental de citarabina em altas doses, utilizada no tratamento de recidiva da leucemia. O efeito foi observado em 16 de 72 pacientes. Em um caso, o resultado desta síndrome foi fatal.
ADMINISTRAÇÃO
Atenção: no caso de contato acidental da citarabina com a pele ou olhos, as áreas afetadas devem ser imediatamente lavadas com grande quantidade de água ou solução salina isotônica. Se os olhos forem afetados, um médico deve ser consultado.
Todos os procedimentos para manuseio, dispensação e descarte adequado de fármacos e medicamentos antineoplásicos devem ser considerados.
Todo o procedimento de manuseio e dispensação devem ser realizados por pessoal altamente treinado.
Qualquer manipulação deve ser realizada em capela de fluxo laminar, mediante material de proteção adequado como luvas, máscaras e vestimenta apropriada.
Evitar contato acidental da preparação citotóxica com os olhos, pele ou mucosa.
Qualquer preparação citotóxica não deve ser manipulada por funcionárias que possam estar grávidas.
Todos os dispositivos utilizados na reconstituição (seringas, agulhas, etc.) devem ser adequada e cuidadosamente descartados.
Em caso de derramamento acidental, o acesso ao local deve ser restrito. O líquido derramado deve ser absorvido mediante toalhas absorventes próprias e a área contaminada limpa com água, sabão e desinfetante adequado. O material utilizado deve ser descartado em contêineres e/ou sacos plásticos duplos, próprios para o descarte. O rótulo deve conter os seguintes dizeres: LIXO TÓXICO PARA INCINERAÇÃO. A incineração deve ser a 1100°C.
Preparo para administração: como regra geral, antes de sua administração, as medicações para uso parenteral devem ser inspecionadas visualmente quanto à presença de partículas em suspensão e quanto à descoloração, sempre que a solução e o recipiente permitirem. Podem ser utilizadas seringas com ajuste ?Luer-Lock? e de diâmetro interno largo, a fim de minimizar a pressão e a eventual formação de aerossol. A formação de aerossol pode ser diminuída pela utilização de agulha com respiro durante a preparação. Fauldcita pode ser administrada via subcutânea ou intravenosa (por infusão ou em bolus). As soluções injetáveis de Fauldcita 500 mg/5 mL e 1 g/10 mL são hipertônicas, não devendo portanto, serem administradas via intratecal.
Compatibilidade e incompatibilidades: Fauldcita é compatível com a maioria das soluções fisiológicas, como cloreto de sódio a 0,9%, solução glicosada a 5% ou solução de Ringer lactato. A citarabina é fisicamente incompatível com heparina, insulina, metotrexato, 5-fluoruracila, penicilinas como oxacilina e penicilina-G, nafcilina sódica e succinato sódico de metilprednisolona.
Estabilidade e condições de armazenamento: Fauldcita solução injetável, quando diluída com água para injeção, solução glicosada a 5%, solução fisiológica a 0,9% ou solução de Ringer lactato, demonstrou reter sua potência por um período de 24 horas, quando mantida em temperatura abaixo de 25°C. A duração da infusão não deve ser superior a 24 horas. Após este período, todos os resíduos devem ser descartados. Fauldcita não contém qualquer agente conservante, por isso, para evitar a possibilidade de contaminação microbiológica, deve iniciar-se a administração da infusão logo após a sua preparação.
POSOLOGIA
A posologia e o modo de administração de Fauldcita variam conforme protocolo prescrito pelo médico responsável.
As posologias abaixo são indicadas como referências. Fármacos como tioguanina, doxorrubicina ou daunorrubicina podem ser administrados em associação com a citarabina.
A maioria das doses são administradas em mg/kg mas podem ser convertidas para as doses relacionadas à área corpórea (mg/m2), através da utilização de fatores de conversão, que variam com a idade e o tipo somático de cada paciente.
Doses contínuas: a posologia habitual para adultos e crianças na leucemia é de 2 mg/kg/d em injeção intravenosa rápida, durante dez dias. Se após dez dias não forem registradas respostas terapêuticas ou tóxicas, a dose pode ser aumentada para 4-6 mg/kg, até que seja observada resposta terapêutica. Deve ser feito acompanhamento diário da contagem das células sanguíneas. Como alternativa, pode-se usar infusão em uma a 24 horas de 0,5 a 1 mg/kg/d durante dez dias, e depois, uma dose de 2 mg/kg/d, até que seja observada toxicidade ou resposta terapêutica.
Doses intermitentes: podem ser administradas doses intermitentes via intravenosa de 3-5 mg/kg/d, durante cinco dias consecutivos. Este ciclo de tratamento pode ser repetido após intervalos de dois a nove dias, até obtenção dos efeitos terapêuticos ou tóxicos. A supressão da medula óssea ocorre entre o 7-64° dia após início da terapia. Em pacientes com leucemia aguda, a dose utilizada é de 200 mg/m2/d, administrada por infusão intravenosa contínua, durante cinco dias consecutivos e com intervalo de duas semanas. Se o paciente não apresentar redução dos sintomas após um período, a dose deve ser aumentada cuidadosamente e administrada por via intravenosa rápida.
Tratamento de manutenção: doses de 1-1,5 mg/kg, administradas via endovenosa ou subcutânea, uma ou duas vezes por semana, em intervalos de uma a quatro semanas ou uma dose de 70-200 mg/m2/d, administrada por injeção intravenosa rápida ou infusão contínua por dois a cinco dias, em intervalos mensais.
Insuficiência renal: o risco de insuficiência renal com o uso da citarabina está associado à função renal durante a terapia. Dessa forma, recomenda-se a correção da dose da citarabina baseada na função renal conforme tabela abaixo:
Creatinina sérica
Dose de citarabina
Menor que 1,5 mg/dL
2 ou 3 g/m2
1,5-1,9 mg/dL ou aumento do basal em 0,5 -1,2 mg/dL
1 g/m2
Maior que 2 mg/dL ou elevação maior que 1,2 mg/dL
0,1 g/m2/d em infusão contínua
SUPERDOSE
Não existe antídoto conhecido para a superdose com citarabina. Os sinais e sintomas esperados são depressão grave na medula óssea, toxicidade gastrintestinal e vômito. Nesses casos, o tratamento com a citarabina deve ser interrompido e instituídas medidas de suporte.
PACIENTES IDOSOS
Não são conhecidas até o momento recomendações especiais aos pacientes idosos quanto ao ajuste posológico. Porém, como os pacientes idosos são mais suscetíveis às reações tóxicas, devido à diminuição das funções renal e hepática, recomenda-se cautela na administração de citarabina no que se refere às reações adversas.
TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.
VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA – USO RESTRITO A HOSPITAIS
MS n°: 1.0033.0138
Farmacêutica responsável: Cintia Delphino de Andrade – CRF-SP n°: 25.125 Registrado por:
LIBBS FARMACÊUTICA LTDA.
Rua Josef Kryss, 250 – São Paulo – SP CNPJ: 61.230.314/0001-75
Fabricado por:
LIBBS FARMACÊUTICA LTDA.
Rua Alberto Correia Francfort, 88 – Embu – SP
Indústria brasileira
Data de fabricação, lote e validade: vide cartucho. FCITA 5