Princípio ativo: ácido valproico
Depakene
Indicações de Depakene
Monoterápico em quadros de ausência simples e complexa e convulsões febris. Está indicado em esquemas terapêuticos associados nos casos de ausência complexa (ou atípica) mioclônica, espasmos infantis (síndrome de West) e crises acinéticas. Terapêutica adjuvante pode ser instituída com Depakene nos casos de crises tônico-clônica (grande mal), crises focais com sintomatologia elementar e complexa, crises focais com generalização secundária e formas mistas.
Efeitos Colaterais de Depakene
Como o valproato de sódio é freqüentemente administrado com outras drogas, não é possível estabelecer se os efeitos adversos são ocasionados pelo mesmo ou pela combinação de drogas. Efeitos gastrintestinais: os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados no início da terapia são náuseas, vômito e indigestão. São efeitos usualmente transitórios e raramente requerem interrupção do tratamento. Diarréia, dor abdominal e constipação têm sido relatados. Tanto anorexia com perda de peso, quanto aumento do apetite com ganho de peso têm sido informados. A forma de comprimidos revestidos de liberação entérica praticamente elimina os efeitos gastrintestinais, como náuseas, vômitos e dispepsia, normalmente observados com outras formas farmacêuticas. Efeitos sobre o SNC: foram observados efeitos sedativos em pacientes sob tratamento com valproato de sódio, porém esses são mais freqüentes em pacientes recebendo drogas combinadas. Foram observados casos raros de ataxia, cefaléia, diplopia, disartria, incoordenação motora, náuseas e nistagmo. Raros casos de coma foram vistos em pacientes recebendo valproato isolado ou em combinação com fenobarbital. Efeitos dermatológicos: foi observado aumento transitório de perda de cabelos. Muito raramente podem aparecer dermatoses e petéquias. Efeitos psiquiátricos: observaram-se casos de desgosto emocional, depressão, agressividade, hiperatividade e deterioração de conduta. Efeitos musculoesqueléticos: foram comunicados alguns casos de debilidade. Efeitos hematopoiéticos: foi relatada trombocitopenia. O valproato inibe a fase secundária da agregação plaquetária. Isso pode ser refletido na alteração do tempo de sangria. Hematomas e hemorragia franca foram informados. Há relatos de linfocitose relativa, hipofibrinogenemia, leucopenia, eosinofilia, anemia e depressão de medula óssea. Efeitos hepáticos: são freqüentes pequenas elevações de transaminases (TGO e TGP) e de LDH, que parecem relacionadas às doses. Ocasionalmente, os resultados de exames de laboratório incluem também aumentos de bilirrubina sérica e alterações anormais de outras provas de função hepática. Tais resultados podem refletir hepatotoxicidade potencialmente grave. Efeitos pancreáticos: houve relato de pancreatite aguda em pacientes recebendo valproato. Efeitos metabólicos: hiperamonemia. Hiperglicemia tem sido relatada e foi associada com desenlace fatal em um paciente com hiperglicemia não cetótica preexistente. Outros efeitos: fraqueza muscular, fadiga e alterações do ciclo menstrual com amenorréia secundária.
Como Usar (Posologia)
É administrado por via oral. A dose inicial recomendada é de 15 mg/kg/dia, podendo ser aumentada em intervalos semanais de 5 a 10 mg/kg/dia, até que se obtenha o controle das convulsões ou até onde os efeitos colaterais permitam. A dose máxima recomendada é de 60 mg/kg/dia. Se a dose diária total exceder 250 mg esta deverá ser administrada fracionadamente. O esquema a seguir é um guia para a administração da dose diária inicial de Depakene (15 mg/kg/dia). 10-24,9 kg: dose diária total 250 mg; 25-39,9 kg: dose diária total 500 mg; 40-59,9 kg: dose diária total 750 mg; 60-74,9 kg: dose diária total 1000 mg; 75-89,9 kg: dose diária total 1250 mg. Sempre que a dose tomada for igual ou superior a 500 mg, deve-se considerar o uso de comprimidos revestidos de 500 mg, o que permite maior comodidade ao paciente, por ingestão de menor quantidade de unidades do medicamento. À medida que as doses são aumentadas, os níveis sangüíneos para o fenobarbital e a hidantoína podem ser afetados. Os pacientes que apresentam irritação gástrica podem ser beneficiados pela administração da droga com alimentação, ou então pela administração inicial de doses baixas, com aumento paulatino das mesmas. Depakene é também apresentado na forma de comprimidos revestidos de liberação entérica, que diminuem os efeitos adversos gastrintestinais. A forma de xarope é a mais adequada para pacientes pediátricos ou àqueles que apresentem dificuldades de deglutição das formas orais sólidas. As cápsulas não devem ser mastigadas, para evitar irritação local da boca e garganta. – Superdosagem: a superdosagem com valproato pode resultar em coma profundo. O benefício da lavagem gástrica ou êmese varia com o tempo decorrido desde a ingestão, pois a droga é rapidamente absorvida. Devem-se aplicar medidas de suporte, dando-se particular atenção à manutenção de um fluxo urinário adequado. Foi descrito que a naloxona reverte os efeitos depressores da superdose de valproato. Entretanto, como a naloxona pode teoricamente reverter também os efeitos antiepilépticos do valproato, deve ser usada com cautela.
Contra-Indicações de Depakene
Pacientes com doença hepática significativa e para pacientes com hipersensibilidade conhecida a esta droga.
Precauções
Pacientes em tratamento com Depakene devem ser cuidadosamente acompanhados com exame clínico detalhado e provas de função hepática. Como grande parte da droga é metabolizada pelo fígado, deve-se ter cuidado na administração de Depakene a paciente com distúrbios hepáticos, mesmo que em graus leves. Tem ocorrido insuficiência hepática fatal em pacientes recebendo a medicação. Tais incidências têm-se registrado geralmente nos seis primeiros meses de tratamento. Hepatotoxicidade grave ou fatal tem sido precedida por sintomas inespecíficos, tais como, perda de controle das crises, mal-estar, astenia, letargia ou anorexia e vômitos. Devem-se fazer testes de função hepática antes do tratamento e a intervalos freqüentes daí em diante, especialmente durante os seis primeiros meses. No entanto, os médicos não devem confiar unicamente na bioquímica sérica, de vez que estes testes podem não estar anormais em todas as circunstâncias, mas devem considerar também os resultados de história clínica e exame físico cuidadoso. Deve-se ter cautela ao administrar a droga a pacientes com história anterior de doença hepática. Pacientes em politerapia, crianças, aqueles com distúrbios metabólicos congênitos, aqueles com graves distúrbios convulsivos acompanhados por retardamento mental e aqueles com encefalopatia orgânica, podem estar particularmente em risco. A experiência tem indicado que crianças com idade abaixo de dois anos têm risco consideravelmente aumentado de desenvolverem hepatotoxicidade fatal, especialmente aquelas com as condições acima mencionadas. Deve-se interromper imediatamente a medicação na presença de disfunção hepática significativa, suspeita ou aparente. A freqüência de reações adversas (principalmente elevação de enzimas hepáticas) pode aumentar com elevação da dose. Portanto, deve-se pesar o benefício obtido pelo maior controle das crises contra a incidência aumentada de efeitos adversos que se observa, às vezes, com doses mais altas. Pelo fato de terem sido relatados casos de alterações na agregação plaquetária, trombocitopenia e elevação das enzimas hepáticas, recomenda-se a utilização de exames iniciais e periódicos para detecção de possíveis anormalidades sangüíneas. Tem-se relatado hiperamonemia com ou sem letargia ou coma que pode estar presente na ausência de anormalidades das provas de função hepática. Caso ocorra elevação deve-se interromper o tratamento. A droga é eliminada parcialmente pela urina como metabólito cetônico, o qual pode prejudicar a interpretação correta dos resultados do teste de corpos cetônicos na urina. Uso durante a gravidez e lactação: há múltiplos relatos na literatura clínica, que indicam que o uso de drogas anticonvulsivantes em geral, durante a gravidez, resulta em um aumento da incidência de defeitos congênitos no concepto. Embora os dados sejam mais extensos com respeito à trimetadiona, parametadiona, difenil-hidantoína e fenobarbital, relatos indicam uma possível associação similar com o uso de outras drogas anticonvulsivantes. Portanto, medicações anticonvulsivantes só devem ser administradas a mulheres com potencial para engravidar se demonstrarem claramente serem essenciais no tratamento de suas crises. Segundo informações recentes da literatura médica, ácido valpróico e seus sais podem produzir efeitos teratogênicos no concepto de mulheres que recebam esta medicação durante a gestação. A incidência de defeitos no canal neural (por ex.: espinha bífida) no feto pode ser aumentada em gestantes que recebam ácido valpróico e seus sais durante o primeiro trimestre da gravidez. Como para toda droga anticonvulsivante, antes de determinar administração ou suspensão do medicamento em casos de gravidez, o médico deverá ponderar os possíveis riscos contra os benefícios proporcionados pela droga e avaliar se a gravidade e a freqüência dos distúrbios convulsivos não irão implicar em perigo maior para a gestante e o concepto. Pelo fato do valproato ser eliminado pelo leite materno e devido à inexistência de dados conclusivos sobre a ação da droga em recém-nascidos, recomenda-se o não aleitamento materno por pacientes sob tratamento com essa droga. – Interações medicamentosas: o valproato pode potencializar a atividade do álcool sobre o SNC. Existem evidências de possível elevação dos níveis séricos de fenobarbital pelo valproato. Apesar de não se conhecer o mecanismo de interação, devem-se observar cuidadosamente todos os pacientes que recebam terapêutica barbitúrica concomitante, em relação à toxicidade neurológica e a níveis séricos de barbiturato para, se necessário, diminuir as doses administradas. Esta evidência conflitiva em relação à interação de valproato com hidantoína. Não se sabe se existe mudança na concentração de hidantoína livre (não ligada à proteína) no soro. Se necessário, deve-se ajustar a dose de hidantoína de acordo com a situação clínica. O uso concomitante de valproato de sódio e clonazepam pode produzir estados de ausência. Recomenda-se precaução quando se administra o medicamento com drogas que afetam a coagulação, tais como, aspirina, warfarina, etc. Pode haver aumento dos efeitos do diazepam e da etossuximida quando associados ao valproato.
Apresentação
Embalagens com: 25 cápsulas de 250 mg, 25 comprimidos revestidos de 300 mg, 50 comprimidos revestidos de 500 mg e 100 ml de xarope.
Composição
Cápsula de 250 mg: ácido valpróico 250 mg.Excipiente q.s.p. 1 cápsula. Comprimido revestido de 300 mg: valproato de sódio 300 mg. Excipiente q.s.p. 1 comprimido revestido. Comprimido revestido de 500 mg: valproato de sódio 576 mg, excipiente q.s.p. 1 comprimido revestido. Xarope: cada 5 ml contém valproato de sódio: 288 mg. Excipiente q.s.p. 5 ml.
Laboratório
Abbott Labs. do Brasil Ltda.