Princípio ativo: enflurano

C1 – Receituário de controle especial em duas vias

Enfluthane

Indicações de Enfluthane

Indução e manutenção de anestesia geral. Enfluthane pode ser usado para proporcionar analgesia para parto vaginal. Baixas concentrações de Enfluthane podem também ser utilizadas para suplementar outros agentes anestésicos durante intervenção cesariana. Concentrações mais altas podem produzir relaxamento uterino e aumento no sangramento uterino.

Efeitos Colaterais de Enfluthane

Hipertermia maligna: em indivíduos suscetíveis, a anestesia com Enfluthane pode desencadear um estado hipermetabólico dos músculos esqueléticos, levando a uma alta demanda de oxigênio e à síndrome conhecida como hipertermia maligna. A síndrome inclui características não específicas, tais como, rigidez muscular, taquicardia, taquipnéia, cianose, arritmias e pressão arterial instável. (Deve-se observar que muitos desses sinais não específicos podem aparecer com anestesia leve, hipoxia aguda etc. A síndrome de hipertermia maligna secundária ao Enfluthane parece ser rara). Um aumento no metabolismo global pode se refletir em temperatura elevada (que pode aumentar rapidamente no início ou no final do caso, mas que, geralmente, não é o primeiro sinal de metabolismo aumentado) e um aumento no uso do sistema de absorção de CO2 (caixa de absorção quente). A PaO2 e o pH podem diminuir, e podem aparecer hipercalemia e um déficit de base. O tratamento inclui descontinuação de agentes desencadeadores (por exemplo, Enfluthane), administração de dantrolene sódico intravenosamente e aplicação de tratamento de suporte. Tal tratamento inclui intensos esforços para restaurar a temperatura corpórea, suporte respiratório e circulatório conforme o indicado e controle de distúrbios do metabolismo acidobase e hidroeletrolítico. Insuficiência renal pode ocorrer posteriormente, e o fluxo urinário deve ser mantido, se possível. A hipertermia maligna pode também ocorrer com outros anestésicos inalatórios; entretanto, a incidência é consideravelmente mais baixa com o Enfluthane do que com o halotano. A atividade motora caracterizada por movimentos de vários grupos musculares e/ou crises convulsivas podem ser verificadas em níveis profundos de anestesia com Enfluthane ou níveis superficiais com hipocapnia. Hipotensão e depressão respiratória têm sido relatadas. O nível de anestesia pode ser modificado rapidamente através da alteração na concentração de Enfluthane inspirada. O Enfluthane reduz a ventilação, à medida em que a profundidade anestésica aumenta. Altos níveis de PaO2 podem ser obtidos em níveis mais profundos de anestesia, se não houver suporte ventilatório. O Enfluthane suscita uma resposta de suspiro semelhante àquela observada com o dietil éter. Ocorre um decréscimo na pressão arterial com a indução da anestesia, seguido de um retorno próximo ao normal com a estimulação cirúrgica. O aprofundamento do nível da anestesia leva a aumentos correspondentes na hipotensão. A freqüência cardíaca permanece relativamente constante, sem bradicardia importante. A monitoração ou os registros eletrocardiográficos indicam que o ritmo cardíaco permanece estável. A elevação no nível de dióxido de carbono no sangue arterial não altera o ritmo cardíaco. Observaram-se arritmias, tremores, náuseas e vômitos. Elevação dos glóbulos brancos foi observada.

Como Usar (Posologia)

Deve ser conhecida a concentração de Enfluthane que está sendo liberada pelo vaporizador durante a anestesia. Isto pode ser feito através do uso de: vaporizadores calibrados especificamente para o enflurano; vaporizadores cujos fluxos liberados possam ser fácil e rapidamente calculados. Medicação pré-anestésica: a medicação pré-anestésica deve ser selecionada de acordo com as necessidades do paciente individualmente, levando-se em consideração que as secreções são pouco estimuladas pelo Enfluthane, e que o mesmo não altera a freqüência cardíaca. O uso de drogas anticolinérgicas é uma questão de escolha. Indução: a indução pode ser alcançada através do uso de Enfluthane isoladamente com oxigênio ou em combinação com misturas de oxigênio-óxido nitroso. Sob essas condições, pode-se verificar certa excitação. Se a excitação não puder ser evitada, uma dose hipnótica de um barbitúrico de ação curta deve ser usada para induzir a inconsciência, seguida da mistura com Enfluthane. Em geral, concentrações inspiradas de 2,0% a 4,5% de Enfluthane produzem anestesia cirúrgica em 7 a 10 minutos. Manutenção: os níveis cirúrgicos de anestesia podem ser mantidos com 0,5% a 3,0% de Enfluthane. As concentrações de manutenção não devem exceder a 3,0%. Se for necessário relaxamento adicional, doses suplementares de bloqueadores neuromusculares podem ser usadas. Prefere-se a ventilação que mantenha a concentração de dióxido de carbono no sangue arterial na faixa de 35 a 45 mmHg. A hiperventilação deve ser evitada, a fim de se minimizar uma possível excitação do SNC. O nível de pressão arterial durante a manutenção é função inversa da concentração do Enfluthane na ausência de outros fatores complicadores. Decréscimos excessivos (a menos que relacionados à hipovolemia) podem ser ocasionados pela profundidade anestésica e, em tais circunstâncias, devem ser corrigidos por meio de uma superficialização da anestesia. Analgesia: o Enfluthane em concentrações de 0,25% a 1,0% proporciona analgesia para o parto vaginal igual àquela produzida pelo óxido nitroso a 30-60%. Essas concentrações normalmente não produzem amnésia. Cesariana: normalmente, o Enfluthane deve ser administrado em concentração na faixa de 0,5% a 1,0% para suplementar outros anestésicos gerais. Superdosagem: na ocorrência de superdosagem, ou o que possa se assemelhar a ela, as seguintes medidas devem ser tomadas: suspender a administração da droga, manter livres as vias respiratórias e iniciar ventilação assistida ou controlada com oxigênio puro. Promover e manter hemodinâmica adequada.

Contra-Indicações de Enfluthane

Distúrbios convulsivos; conhecida sensibilidade ao enflurano ou outros anestésicos halogenados; suscetibilidade genética à hipertermia maligna, conhecida ou suspeita.

Precauções

Uma vez que os níveis de anestesia podem ser alterados de modo fácil e rápido, devem-se usar apenas vaporizadores que produzam concentrações previsíveis. A hipotensão e as trocas respiratórias podem servir de guia para a profundidade da anestesia. Os níveis de anestesia podem produzir hipotensão e depressão respiratória profundas. O Enfluthane deve ser utilizado com cuidado em pacientes que, devido a antecedentes clínicos ou medicamentosos, poderiam ser considerados mais suscetíveis à estimulação cortical produzida pelo mesmo. O aumento na profundidade da anestesia com Enfluthane pode produzir alteração no eletroencefalograma caracterizada por alta voltagem, freqüência rápida, progredindo através de complexos espiculados alternados com períodos de silêncio elétrico até clara atividade de crise convulsiva. Esta última pode ou não estar associada à atividade motora. Esta, quando encontrada, geralmente consiste em contrações espasmódicas ou movimentos bruscos de vários grupos musculares; é autolimitante e pode ser eliminada através da diminuição da concentração anestésica. O padrão eletroencefalográfico associado à anestesia profunda é exacerbado por baixa concentração arterial de dióxido de carbono. Uma redução na ventilação e nas concentrações anestésicas normalmente é suficiente para eliminar a atividade convulsiva. O fluxo sanguíneo cerebral e estudos metabólicos em voluntários sadios imediatamente após atividade convulsiva não evidencia hipóxia cerebral. Testes de função mental não revelam qualquer comprometimento de desempenho após anestesia prolongada com o Enfluthane, associado ou não à atividade convulsiva. Raramente, dano hepático discreto, moderado ou sério pode ocorrer após anestesia com Enfluthane. Pode haver aumento de transaminases séricas, assim como pode ser notada evidência de dano histológico. As alterações histológicas não são específicas nem consistentes. Em vários desses casos, foi possível excluir Enfluthane como causa ou como fator contribuinte ao dano hepático. Não se conhece a incidência de hepatotoxicidade inexplicável após a administração de Enfluthane, mas parece ser rara e sem relação com a dose. Quando se sabe que a exposição anterior a um anestésico halogenado ocasionou evidência de disfunção hepática inexplicável, inclusive hepatite virótica, deve-se considerar a utilização de agente que não o Enfluthane. Em alguns casos, a retenção de bromossulfaleína (BSP) eleva-se discretamente após o procedimento operatório. Isto pode estar relacionado ao trauma cirúrgico, uma vez que anestesia prolongada (5 a 7 horas) em voluntários humanos não resulta em elevação de BSP. Há certa elevação da glicose e de glóbulos brancos no período intra-operatório. No caso de pacientes diabéticos, deve-se levar em conta o aumento na concentração da glicose. – Gravidez e lactação: não existem dados suficientes para avaliar os possíveis efeitos prejudiciais com respeito ao uso de Enfluthane, em humanos, durante a gravidez e a lactação. Porém, testes conduzidos em animais não revelaram quaisquer efeitos prejudiciais. Efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas: após anestesia com Enfluthane, o paciente não deve dirigir veículos nem operar máquinas por pelo menos 24 horas. O Enfluthane, como acontece com outras drogas para anestesia geral, pode causar leve decréscimo na função intelectual por dois ou três dias após a anestesia. Como ocorre com outros anestésicos, pequenas alterações no comportamento e sintomas podem persistir por vários dias após sua administração. – Interações medicamentosas: a ação de bloqueadores neuromusculares não despolarizantes é aumentada pelo Enfluthane. Menos da metade da dose dessas drogas deve ser usada. Se as doses usuais de bloqueadores neuromusculares não despolarizantes forem administradas, o tempo de recuperação do bloqueio neuromuscular será mais longo na presença de Enfluthane, do que com a utilização de halotano ou óxido nitroso por meio de técnica de anestesia balanceada. Os pacientes que fazem uso crônico de isoniazida ou outras drogas que contenham hidrazida podem metabolizar grandes quantidades de Enfluthane. Embora nenhuma disfunção renal significativa tenha sido observada, em tais pacientes, o nível de fluoreto sérico máximo pode exceder 50 mmol/l, especialmente quando a anestesia ultrapassa 2 horas-CAM (CAM x duração de anestesia). Estudos em seres humanos indicam uma margem considerável de segurança na administração de soluções que contendo epinefrina durante anestesia com Enfluthane. A anestesia com Enfluthane foi utilizada na cirurgia do feocromocitoma no homem, sem arritmias ventriculares. Com base em estudos em pacientes anestesiados com Enfluthane e que receberam injeção de soluções contendo epinefrina para promover hemostasia em uma área altamente vascularizada (cirurgia transesfenoidal), até 2 microgramas por quilograma (2 mg/kg) de epinefrina podem ser injetados por via subcutânea por um período de 10 minutos em pacientes que considerados de tolerância normal à administração de epinefrina. Isto representaria até 14 ml de solução contendo epinefrina a 1:100.000 (10 mg/ml), ou a quantidade equivalente em um paciente de 70 kg de peso corpóreo. Isto pode ser repetido até 3 vezes por hora (total de 42 ml por hora). A administração concomitante de lidocaína aumenta a segurança do uso de epinefrina durante a anestesia com Enfluthane. Este efeito da lidocaína está relacionado à dose. Devem-se observar todas as precauções usuais relativas ao uso de substâncias vasoconstritoras.

Apresentação

É um líquido volátil e incolor para inalação, apresentado em frascos de vidro âmbar com 100 e 250 ml.

Composição

Enflurano 100% (não contém excipientes)

Laboratório

AstraZeneca

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