Princípio ativo: ciclosporinaCiclosporina
Composição – CICLOSPORINA
cada ml contém: ciclosporina 100 mg, veículoq.s.p. 1 ml.
Posologia e Administração – CICLOSPORINA
em transplante de órgãos: inicialmente, deve ser administrada uma dose oral de 10 a 15 mg/kg/dia, dividida em duas tomadas no dia anterior à cirurgia. Essa dose é mantida durante 1 a 2 semanas no período pós- operatório, antes de ser gradualmente reduzida em cerca de 2 mg/kg/mês, e de acordo com os níveis sanguíneos, até uma dose de manutenção de cerca de 2 a 6 mg/kg/dia. Quando a ciclosporina é administrada com outros imunossupressores (por exemplo: corticosteróides ou como parte de um tratamento medicamentoso triplo ou quádruplo), podem ser usadas doses mais baixas (1 mg/kg/dia IV, seguido de 6 mg/kg/dia oral, inicialmente). O concentrado para infusão IV pode ser usado, caso necessário, mas recomenda-se que os pacientes passem para o tratamento oral sempre que possível. Em transplante de medula óssea: a dose inicial deve ser administrada no dia anterior ao transplante. Na maioria dos casos, é mais indicada a infusão IV para esse objetivo; a dose recomendada é de 3 a 5 mg/kg/dia. Essa dose é mantida durante o período imediato pós-transplante de até 2 semanas, antes de se passar para o tratamento de manutenção oral em uma dose de aproximadamente 12,5 mg/kg/dia, dividida em duas tomadas. Doses orais mais elevadas, ou o uso de tratamento IV, podem ser necessárias na presença de distúrbios gastrintestinais que possam reduzir a absorção. Caso o tratamento oral seja usado no início, a dose recomendada é de 12,5 a 15 mg/kg/dia, iniciando-se no dia anterior ao transplante. O tratamento de manutenção deve ser mantido durante, no mínimo, 3 a 6 meses (preferivelmente 6 meses), antes de se reduzir gradualmente a dose a zero em um ano após o transplante. Em alguns pacientes ocorre a reação enxerto-versus-hospedeiro (GVHD) após a descontinuação da ciclosporina. Essa reação geralmente responde favoravelmente à reintrodução do tratamento. Devem ser usadas doses baixas para tratar a reação enxerto-versus-hospedeiro (GVHD) branda e crônica. Em doenças auto-imunes: uveíte endógena: para induzir a remissão, recomenda-se a dose inicial de 5 mg/kg/dia por via oral, em dose única ou dividida, até que se obtenha remissão da inflamação e melhora da acuidade visual. Pode-se aumentar a dose para 7 mg/kg/dia nos casos refratários, por um período de tempo limitado. Para alcançar remissão inicial, ou neutralizar crises inflamatórias oculares, pode-se acrescentar tratamento com corticosteróide sistêmico, com doses diárias de 0,2 a 0,6 mg/kg de prednisona ou equivalente, caso apenas Ciclosporina não controle suficientemente a situação. No tratamento de manutenção, deve-se reduzir a dose lentamente, até o nível eficaz mais baixo que, durante as fases de remissão não devem exceder 5 mg/kg/dia. Psoríase: para induzir a remissão, a dose inicial recomendada é de 2,5 mg/kg/dia em duas doses orais divididas. Se não houver melhora após 1 mês, a dose diária pode ser aumentada gradativamente, mas não deve exceder 5 mg/kg. O tratamento deve ser interrompido em pacientes que não obtenham resposta suficiente das lesões psoriáticas no prazo de 6 semanas, na posologia de 5 mg/kg/dia. Doses iniciais de 5 mg/kg/dia são justificadas em pacientes cuja a infecção requer melhora rápida. Para o tratamento de manutenção, as doses devem ser tituladas individualmente no nível eficaz mais baixo e não deve exceder 5 mg/kg/dia. Síndrome nefrótica: para induzir remissão, a dose recomendada é de 5 mg/kg/dia para adultos e 6 mg/kg/dia para crianças se, com exceção da proteinúria, a função renal for normal. Em pacientes com função renal prejudicada, a dose inicial não deve exceder 2,5 mg/kg/dia. A combinação de Ciclosporina com baixas doses de corticosteróides orais é recomendada se o efeito somente da Ciclosporina não for satisfatório, especialmente, em pacientes resistentes aos esteróides. Na ausência de eficácia após 3 meses de tratamento, o tratamento com Ciclosporina deve ser abandonado. As doses devem ser ajustadas individualmente, de acordo com a eficácia (proteinúria) e segurança (principalmente a creatinina sérica), mas não deve exceder 5 mg/kg/dia em adultos e 6 mg/kg/dia em crianças. Para o tratamento de manutenção, a dose deve ser reduzida devagar, até a menor dose eficaz. – Nota: crianças com um ano de idade têm recebido ciclosporina na dosagem-padrão sem problemas especiais. Em diversos estudos, pacientes pediátricos necessitaram e toleraram doses de ciclosporina por kg de peso corpóreo mais elevadas do que as usadas em adultos. Conversão para a Ciclosporina Biosintética: nos pacientes de transplante, a administração da Ciclosporina Biosintética deverá iniciar com a mesma dose diária que a dose de outras Ciclosporinas anteriormente empregadas. As concentrações mínimas de Ciclosporina no sangue total deverão ser controladas, inicialmente, 4 a 7 dias após a conversão para a Ciclosporina Biosintética. Além disso, os parâmetros de segurança clínica, tais como, a creatinina do soro e a pressão sanguínea, devem ser monitorados durante os 2 primeiros meses que se seguem à conversão. Se os níveis sanguíneos mínimos de Ciclosporina estiverem acima e/ou abaixo do nível terapêutico e/ou os parâmetros de segurança clínica abaixarem de nível, a dosagem deverá ser ajustada de acordo. A forma oral pode ser administrada em tomada única diária, mas é mais indicada a administração em duas tomadas igualmente divididas. Para medir-se a quantidade de solução a ser administrada, deve ser usado o dosador graduado existente na embalagem. Atenção: a solução oral não deve ser resfriada e deve ser usada dentro de 2 meses após a abertura do frasco. Como a solução oral contém óleo de oliva, pode haver ligeira variação na cor e/ou sabor. Estas variações de maneira alguma afetam a eficácia de Ciclosporina Biosintética. Superdosagem: a experiência de tratamento de casos de superdosagem é ainda pequena. Caso ocorra superdosagem, aconselha-se um tratamento sintomático e medidas gerais de suporte. Podem ocorrer sinais de nefrotoxicidade e hepatotoxicidade que deveriam regredir com a suspensão do tratamento. A eliminação só pode ser conseguida através de medidas não específicas, inclusive lavagem gástrica. A ciclosporina é pouco dialisável, não sendo bem depurada através de hemoperfusão por carvão.
Precauções – CICLOSPORINA
a ciclosporina deve ser utilizada somente por médicos que tenham experiência em tratamento imunossupressor e tratamento de transplante de órgãos ou de medula óssea. Os pacientes que recebem ciclosporina devem ser tratados em locais equipados com laboratórios adequados e acompanhados por profissionais treinados. O médico responsável pelo tratamento de manutenção deve receber informações completas para o acompanhamento do paciente. A forma oral de ciclosporina não contém óleo de rícino polioxietilenado. A ciclosporina não deve ser administrada juntamente com outros agentes imunossupressores, com exceção de corticosteróides. No entanto, alguns centros usam ciclosporina juntamente com azatioprina e corticosteróides ou outros agentes imunossupressores, todos em baixas doses, com o objetivo de reduzir o risco de nefrotoxicidade com a ciclosporina. Não se pode esquecer do fato de que a imunossupressão excessiva pode levar a uma sensibilidade aumentada à infecção e ao possível desenvolvimento de linfoma. Um aumento dose- dependente e reversível na creatinina sérica e na uréia é a complicação mais frequente e, potencialmente, a mais grave do tratamento com ciclosporina. Pode haver o desenvolvimento de um tipo crônico de nefrotoxicidade, que deve ser diferenciada da rejeição crônica. Muitos casos de nefrotoxicidade crônica respondem à redução de dose. Uma vez que a ciclosporina pode comprometer a função renal, devem ser tratados apenas pacientes com função renal normal. É necessário avaliar a função renal com frequência. Não se deve permitir que a concentração de creatinina sérica aumente acima de 150% do valor na avaliação inicial. A ciclosporina também pode causar aumentos na bilirrubina sérica e nas enzimas hepáticas, parecendo essas alterações também ser dose-dependentes e reversíveis. É necessária a monitoração criteriosa desses parâmetros e podem ser indicados ajustes na dose para permanecer dentro das variações adequadas de concentração da ciclosporina no sangue e no plasma/soro. Caso sejam usados plasma ou sangue, deve ser seguido um protocolo de separação-padrão (tempo e temperatura). Para a monitoração inicial dos pacientes com transplante de fígado, deve ser usado o anticorpo monoclonal específico ou devem ser realizadas medições paralelas, usando-se o anticorpo monoclonal não específico para assegurar imunossupressão adequada. Também deve ser lembrado que a concentração de ciclosporina no sangue, plasma ou soro é apenas um entre muitos fatores que contribuem para o estado clínico do paciente. Pacientes que recebem ciclosporina devem evitar alta ingestão de potássio ou diuréticos poupadores de potássio. Durante o tratamento com ciclosporina a vacinação pode ser menos eficaz, devendo ser evitado o uso de vacinas atenuadas vivas. A ciclosporina não é teratogênica em animais. Gravidez e lactação: a experiência com ciclosporina em mulheres grávidas ainda é limitada. Dados de pacientes que receberam transplante de órgãos indicam que, em comparação com o tratamento tradicional, o tratamento com ciclosporina não apresenta risco aumentado de afetar adversamente a evolução e o resultado da gestação. A ciclosporina é excretada no leite materno. Portanto, mães que recebem tratamento com ciclosporina não devem amamentar. Interações medicamentosas: deve-se tomar muito cuidado ao se administrar ciclosporina com antibióticos ou com outros medicamentos com efeitos nefrotóxicos conhecidos, por exemplo, aminoglicosídeos e anfotericina B. Foi observado que a trimetoprima, quando administrada simultaneamente com a ciclosporina, provoca uma deterioração reversível da função renal. O cetoconazol aumenta as concentrações plasmáticas de ciclosporina. Ao contrário, a fenitoína, rifampicina e isoniazida podem diminuir as concentrações séricas ou hemáticas da ciclosporina. Analogamente, também a administração intravenosa (mas não a oral) de sulfadimidina e de trimetoprima induz a uma acentuada redução dos níveis séricos de ciclosporina. Recomenda-se, portanto, que se evite a administração simultânea de ciclosporina com estes fármacos. Caso a administração associada seja inevitável, são essenciais a monitoração cuidadosa da concentração sanguínea de ciclosporina e modificações adequadas na respectiva dose. Observou-se que a ciclosporina reduz a depuração de prednisolona. Ao contrário, o tratamento com doses elevadas de metilprednisolona pode aumentar a concentração sanguínea de ciclosporina. Também ocorre interação com: ciprofloxacina, melfalan, colchicina, agentes antiinflamatórios não hormonais, lovastatina, eritromicina, josamicina, doxiciclina, contraceptivos orais, propafenona, bloqueadores do canal de cálcio, barbitúricos, carbamazepina, metamizole.
Reações adversas – CICLOSPORINA
as reações adversas são em geral dose- dependentes, regredindo com a redução da dose. Durante a primeira semana de tratamento com a solução oral, o paciente pode relatar sensação subjetiva de queimação nas mãos e pés. As reações adversas mais frequentes, observadas em pacientes com transplante de órgão são: hipertricose, tremores, insuficiência renal e hepática, hipertrofia gengival e distúrbios gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômito), hipertensão, parestesia, fadiga, diarréia, hiperuricemia, hipomagnesemia. Durante o tratamento com ciclosporina pode-se verificar hiperpotassemia; até agora a mesma foi de pequena ou nula relevância clínica. Pode ser tratada com sucesso e em alguns casos desaparecem espontaneamente. Na maioria dos pacientes com transplante cardíaco e tratados com ciclosporina, observou-se hipertensão. Nos transplantes renais, observou-se somente uma leve diferença na incidência deste fenômeno entre os pacientes tratados com ciclosporina e os pacientes submetidos à terapia convencional. Nos pacientes com transplante de medula óssea, as reações adversas observadas mais frequentemente são: tremores, distúrbios gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômitos), insuficiência renal e hipertricose. Em alguns casos observou-se também edema facial. Raramente foi observado, principalmente nas crianças, a concomitância de hipertensão, retenção hídrica e convulsões. Também foram observados: aumento de peso, dor de cabeça, rash, pancreatite, dismenorréia, amenorréia, câimbras musculares, miopatia, convulsão, anemia moderada, trombocitopenia associada com anemia hemolítica microangiopática e insuficiência renal, suscetibilidade aumentada a infecções, possibilidade de desenvolvimento de malignidade e doenças linfoproliferativas.
Contra-Indicações – CICLOSPORINA
hipersensibilidade conhecida à ciclosporina.
Indicações – CICLOSPORINA
transplante de órgãos: prevenção da rejeição do enxerto em transplantes alogênicos de rim, fígado, coração, coração- pulmão associados, pulmão e pâncreas. Tratamento da rejeição de transplante em pacientes que receberam anteriormente outros imunossupressores. Transplante de medula óssea. Prevenção da rejeição do enxerto após transplante de medula óssea. Prevenção ou tratamento da reação enxerto-versus-hospedeiro (GVHD). Doenças auto-imunes. Uveíte endógena. Uveíte intermediária ou posterior ativa que ameaça a visão, de etiologia não infecciosa, quando a terapia convencional não der resultado ou causar efeitos colaterais inaceitáveis. Uveíte de Behçet com crises inflamatórias repetidas envolvendo a retina. Psoríase. Ciclosporina é indicada em pacientes com psoríase severa, quando a terapia convencional é inapropriada ou ineficaz. Síndrome nefrótica. Síndrome nefrótica esteróide-dependente e esteróide-resistente, em adultos e crianças, causada por doenças glomerulares, como nefropatias de alteração mínima, glomeruloesclerose focal e segmental ou glomerulonefrite. Pode-se usar Ciclosporina para induzir remissões e para mantê-las. Pode-se, também, usar para manter a remissão induzida por esteróides, permitindo a retirada dos esteróides.
Apresentação – CICLOSPORINA
frasco com 50 ml.
LABORATÓRIO
BIOSINTETICA